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CotidianoRadar super potente começa a ser instalado na Unicamp e promete melhorar previsões

Radar super potente começa a ser instalado na Unicamp e promete melhorar previsões

Equipamento vindo dos Estados Unidos chegou no dia 13 de setembro pelo aeroporto de Viracopos; previsão é que operação comece em dezembro

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A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) enfim começou a instalar, nesta segunda-feira (7), o radar meteorológico super potente, capaz de detectar eventos climáticos extremos. Vindo dos Estados Unidos, ele havia chegado em Campinas no dia 13 de setembro, no aeroporto de Viracopos, e, agora, começa a ser instalado no Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), que fica ao lado do Museu de Ciências. 

Radar super potente

O equipamento é o único sensor que permite prever eventos severos. Ele consegue identificar fenômenos como microexplosão ou tornados com alta precisão num raio de 60 quilômetros de extensão, podendo se estender por até 100 km a partir do ponto da instalação.  

As varreduras serão programadas a cada 5 a 10 minutos, mas o aparelho deve entrar em operação experimental apenas em dezembro. 

“Tornados, microexplosão, são fenômenos que se formam muito rapidamente. Pela própria formação do fenômeno, a gente não consegue prever com muito tempo antes. Então, muitas vezes a gente vai conseguir identificar apenas no processo de formação, com 10, 20 minutos de antecedência. Mas isso já nos serve de alertas e avisos e também nós, de alguma forma, conseguimos monitorar a trajetória, onde houve a destruição no momento do desastre e também no pós-desastre”, explica a meteorologista do Cepagri, Ana Ávila.  

O radar foi adquirido pela Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), com recursos do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano, em parceria com a Unicamp. O custo total do equipamento foi de R$ 4,8 milhões.

O novo equipamento integrará o Centro Regional de Meteorologia da RMC, que terá a missão de monitorar a formação de eventos meteorológicos extremos, gerar alertas em tempo integral e manter o funcionamento da Rede de Alerta de Desastres. O Centro será integrado aos sistemas estadual e federal de monitoramento meteorológico. 

Veja fotos da instalação do radar super potente:

O que é um evento climático extremo?  

A definição de um evento meteorológico severo caracteriza-se pela formação de tempestade capaz de gerar tornado, com ventos intensos em superfície atingindo velocidade que pode superar 90 km/h e a formação de granizo com diâmetro igual ou maior que 1,9 cm. Esse fenômeno foi registrado em Indaiatuba – um dos municípios da RMC – em 2005, por exemplo.  

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Em 2016, Campinas foi atingida por uma microexplosão. Este fenômeno é descrito como uma forte coluna densa de ar frio que desce em direção ao solo e, ao colidir, induz a uma forte explosão de ventos divergentes com velocidade que pode atingir mais de 100km/h.  

O documento que baseou a criação do Centro informa que o estado de São Paulo está localizado em região climática de transição entre os climas tropicais e subtropicais, o que o coloca entre as regiões de ocorrência de tempo severo na América do Sul. 

Um levantamento do governo federal mostra que Campinas é uma das 1.942 cidades brasileiras com risco de desastre ambiental (saiba mais aqui).   

Suporte para Defesa Civil, aviação e outros setores  

O objetivo do Centro Regional de Meteorologia da RMC é criar um sistema de suporte à decisão – para subsidiar ações da Defesa Civil, para a prestação de serviços e para a pesquisa e o ensino. 

O Centro divulgará, por exemplo, relatórios com previsão de inundação para diversos segmentos. Além disso, emitirá boletins agrometeorológicos com mapeamento de culturas e balanço hídrico por localização geográfica, em espaços de um mês, a cada 10 dias ou sob demanda.  

Ainda fornecerá previsões meteorológicas e aconselhamento agrícola para as culturas da região e prestará serviços de aconselhamento de irrigação e de agricultura de precisão. Poderá, ainda, fazer a previsão de tempo para a aviação em escalas de minutos a hora.  

“Essa forma de centro regional é a mais indicada. Já temos centros em Santa Catarina ou no Paraná, mas o modelo adotado aqui é bastante inovador, já que reúne a academia – que irá propor ações nas áreas de ensino, pesquisa e extensão – ao lado da Defesa Civil e dos municípios”, diz Ávila.  

O Centro estará vinculado à Unicamp, junto aos seus institutos e centros de estudos, permitindo a criação de cursos interdisciplinares de pós-graduação, envolvendo todos os aspectos relacionados aos eventos meteorológicos extremos – econômico, social e ambiental. 

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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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