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CotidianoRede Mário Gatti suspende licença-prêmio de servidores após atendimentos dispararem

Rede Mário Gatti suspende licença-prêmio de servidores após atendimentos dispararem

Rede pública de saúde de Campinas registrou, em uma semana, aumento de 43,5% nos atendimentos nas unidades de urgência e emergência

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A alta nos atendimentos nas unidades de urgência e emergência fez a Rede Mário Gatti suspender as autorizações de licença-prêmio de servidores médicos e multiprofissionais por 180 dias. A medida foi publicada na edição do Diário Oficial do Município desta quarta-feira (20).  

A licença-prêmio prevê aos servidores três meses de férias a cada cinco anos trabalhados. As férias anuais continuam mantidas.  

Segundo a Administração, essa decisão ocorre para “garantir a continuidade e qualidade dos atendimentos à população nesse momento em que Campinas está em estado de emergência diante da epidemia de dengue, agravada com aumento importante de covid-19, o que vem provocando sobrecarga nas unidades”. 

O número de atendimentos nas emergências dos hospitais municipais e nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) cresceu 43,5% em uma semana, saindo de 2.447 na segunda-feira (11) passada para 3.512 na última segunda (18) na Rede Mário Gatti. O número é um reflexo do crescimento de casos de dengue e de covid-19.  

Suspensão da licença-prêmio 

A ordem do serviço informa que a suspensão das licença-prêmio leva em consideração, também, o período sazonal de doenças respiratórias no período de março a agosto, o que provoca a elevação significativa dos atendimentos médicos e de enfermagem. 

De acordo com a Rede Mário Gatti, a medida leva em conta, ainda, o elevado “absenteísmo” dos profissionais de saúde, que seria a falta de cumprimento com as obrigações no trabalho. Essa ausência não tem possibilidade de reposição imediata, o que prejudica a composição das escalas de trabalho e o risco de desassistência em setores nos quais há limitação de trabalho em horas extras

Atendimentos disparam na Rede Mário Gatti

A busca por atendimento nas unidades de urgência e emergência da Rede Mário Gatti cresceu 43,5% no intervalo de uma semana. Veja a quantidade separada: 

  • UPAs Carlos Lourenço, Anchieta, São José e Campo Grande: alta de 69%;  
  • Pronto-socorros dos hospitais Ouro Verde, Mário Gatti e a unidade pediátrica Mário Gattinho: alta de 21% . 

O aumento nos atendimentos nas emergências, segundo a rede, também está relacionado com a alta de casos de doenças em crianças, que são responsáveis por 30% do total de consultas. Já os casos de dengue representam 12% dos atendimentos. Há ainda os moradores com covid-19, cerca de 20%, e agravamento de saúde de doentes crônicos e de doenças respiratórias infantis

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Campinas já registrou 23.273 casos e 4 mortes causadas pela dengue. Também houve alta de casos de covid-19 e de pacientes crônicos com agravamento da doença.  

Com essa alta na demanda, a Prefeitura admitiu que está havendo um maior tempo de espera para pacientes com sintomas leves, já que os casos mais graves têm prioridade de atendimento. 

Situação crítica

Diante do aumento considerável na busca por atendimento, diversos pacientes sofrem com a lotação das unidades municipais de saúde. No Pronto-socorro do Ouro Verde, a situação continuava crítica hoje (20) pela manhã. 

A analista financeira Karen Guedes relatou à reportagem da EPTV Campinas que espera desde ontem para que o pai, que tem quase 80 anos e está com dengue, consiga ser internado na unidade. Segundo ela, ele está fazendo acompanhamento pelo posto de saúde mas, após o exame registrar uma queda nas plaquetas, informaram que ele deveria ser internado. 

“Ontem (19) eu fiquei com ele aqui das 9h30 às 15h30. Ele não conseguiu atendimento, só passou pela triagem (…) Voltei no posto de novo, falaram que ele tem que ser internado e está correndo risco de vida. No hospital, falam que não tem prioridade, nem previsão, tem que aguardar atendimento”, relata. 

“A gente paga imposto, a gente trabalha, mas quando chega nessa idade a pessoa não tem atendimento digno. A gente é tratado como lixo”, desabafa a analista. 

Assim como Karen, diversos outros pacientes que aguardam na fila de espera no hospital reclamam ainda do calor em meio à lotação da unidade. Alguns preferem até esperar do lado de fora por conta do ar-condicionado estar deligado. A temperatura máxima prevista para Campinas hoje é de 34°C. 

Nem mesmo quem chega de madrugada consegue atendimento com rapidez, como é o caso do frentista Histênio Alves dos Santos. Ele conta que chegou por volta da meia-noite no hospital e espera há cerca de 10h pelos resultados dos exames da esposa, que, segundo ele, está com tosse, febre alta e não consegue se alimentar direito.  

“A gente tem que esperar, não tem outra opção. A gente não tem como pagar médico particular”, afirma uma moradora, que está há 13 dias com dengue e tem comparecido ao hospital desde segunda (18) em busca de um exame.  

Orientações da administração 

Segundo a Prefeitura, pacientes com sintomas leves são os que mais têm que aguardar atendimento porque os casos mais graves são prioridade. O município até pede para quem está com sintomas leves que procurem os postos de saúde, e não as UPAs e Pronto-socorros dos hospitais

Em comunicado, a Rede Mário Gatti apela que as pessoas com sintomas de dengue ou covid-19 procurem rapidamente um serviço de saúde. Quem estiver com febre deve procurar, primeiro, o centro de saúde mais próximo de sua casa, onde será monitorado pela equipe de saúde. 

Já quem tiver tontura, dor abdominal forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramento, nos casos de suspeita de dengue com febre ou de doença confirmada, deve buscar atendimento nos prontos-socorros ou UPAs. 

*Com informações da EPTV Campinas

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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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