Imagens das câmeras de segurança do prédio onde um apartamento com armas, granadas e munições pegou fogo no último dia 24 de fevereiro foram obtidas pela reportagem da EPTV. No vídeo, é possível ver a correria dos moradores logo após a primeira explosão no apartamento. Muitos deles correram para a rua assustados. O caso aconteceu no edifício Fênix, no bairro Botafogo, em Campinas.
As imagens também mostram que o incêndio começou por volta das 18h30, quando o coronel reformado do Exército Virgílio Parra Dias, de 69 anos, proprietário das armas e munições, saía do prédio de carro. Antes, é possível vê-lo conversando com o zelador do edifício, que chega a abrir o portão para que ele saia com o carro. Na sequência, é possível ver o zelador correndo para dentro do prédio após perceber as primeiras explosões. O coronel continua dentro do carro, quando é chamado pelo zelador, que percebeu que o problema era em seu apartamento.
Veja vídeo da reação de moradores após explosão em apartamento
“Estava na portaria quando ouvi as explosões, daí subi até o primeiro andar. Até imaginei que fosse bandido, que tinha bandidos no prédio”, afirmou o zelador Romero Gonçalves.
O barulho das explosões continua e a sequência das imagens mostram moradores assustados deixando o local. Virgílio sai do carro, estaciona na rua e fica na entrada do prédio. Ele vaga entre as pessoas e fica parado. Um dos moradores, que leva uma criança, parece reclamar com o coronel e aponta para dentro do edifício, dando a entender que o problema ocorria em seu apartamento. O coronel segue sem esboçar reação.
A maior parte dos moradores que deixou o prédio no início das explosões mora nos primeiros andares e conseguiram sair a pé. Porém, nos andares superiores, as pessoas não conseguiam sair de seus apartamentos.
Após a gravação dessas imagens, a energia do prédio é desligada pelo zelador para não haver mais riscos de incêndio no local.
Tenente relembra o resgates dos moradores do prédio
O tenente Rafael Vieira, um dos bombeiros que atuaram no local, conta que os estampidos não paravam e projéteis batiam nas paredes do primeiro andar. Eles usaram escudos de proteção para subir as escadas, mas, na primeira tentativa de acesso, precisaram recuar, mesmo com muita gente ainda esperando nos andares de cima. Onze pessoas tiveram que ser resgatadas por rapel, por uma parede externa do prédio.
“Quando a gente estava começando a ganhar esse espaço, uma das explosões abriu a parede. Quando isso aconteceu, boa parte da fumaça que estava confinada acabou caminhando para dentro da escada. Foi o que dificultou ainda mais o acesso às vítimas”, afirmou o tenente.
Depois que conseguiram entrar no prédio e passar pelo primeiro andar, onde fica o apartamento com as explosões, os soldados do Corpo de Bombeiros tiveram que passar de apartamento em apartamento procurando moradores. Neste fim de semana, 21 famílias voltaram para o prédio. O único apartamento que segue interditado é o 13, no primeiro andar, onde ocorreram as explosões. O proprietário segue internado após ser encontrado com um ferimento no pescoço três dias após o incêndio e foi transferido do Hospital Mário Gatti, em Campinas, para o Hospital Militar de Área de São Paulo. Ele está em coma. Os moradores começaram a retornar ao edifício na quinta-feira à noite após a liberação da Defesa Civil, limpeza e a religação da água e energia.
Com informações de Gustavo Biano/EPTV Campinas
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