A tradição dos blocos de rua vem de décadas, mas nos últimos anos o crescimento é evidente por toda a cidade de Campinas. Ao todo, em 2024, 55 festejos estão inscritos oficialmente na Prefeitura, desde o pré-Carnaval (confira a programação aqui).
Alguns blocos de rua mantêm uma tradição de anos na cidade, enquanto outros novos começam a surgir cada vez mais em diversas regiões.
Tradição dos blocos de rua
De 1995 a 2020, as ruas de Campinas ficavam ano a ano cada vez mais lotadas atrás da City Banda, que mostrou que a cidade gosta de Carnaval. O bloco, formado por clientes de um bar no Cambuí, desfilou pelo bairro até 2016 e, nos últimos quatro anos de existência, na Praça Arautos da Paz, até deixar de realizar o evento.
A City Banda chegou a se apresentar este ano, mas em um evento particular e sem a formação original (saiba mais aqui).
Quem supre a falta da folia na região central é o Cordão da Ruidosa, que substitui o Cordão do Félix no sábado pré-Carnaval. A organizadora do bloco, Berenice Pereira, destaca que o público que comparece à Praça Carlos Gomes é diferente.
“A gente traz o pessoal para a praça e faz um Carnaval compatível com aquele espaço mesmo, porque não dá pra gente crescer muito ali. Então, a ideia é essa: ser um Carnaval tranquilo para os familiares e para as pessoas que já habitam a praça normalmente”, conta.
No domingo passado (4), foi a vez do Nem Sangue Nem Areia manter o modelo tradicional de bloco. Fundado em 1946, mas retomado em 2009, o grupo desfila com samba-enredo próprio e acompanhado de bateria.
O compositor Tiago de Souza, que ganhou disputas de samba para o bloco, afirma que, mesmo com o nome consagrado em Campinas, o desfile não deve sair das características de levar famílias pelas ruas da Vila Industrial.
“A coisa mais legal de bloco para mim é o bloco que é organizado por bairro. Então, são as pessoas da rua que se encontram, fazem uma batucada, tomam uma cerveja e saem, dão a volta no quarteirão, se divertem. Eu adoro o Nem Sangue Nem Areia por causa disso, é um bloco que reúne, atrai pessoas, mas não deixa mudar o seu formato regional, na Vila Industrial. Ele atrai pessoas de outros lugares, lógico que sim, mas é muito bem recebido pela comunidade”.
Importância das famílias
As famílias são uma das forças que mantêm a festa do Carnaval como a mais popular do Brasil. A cantora Ilcéi Miriam destaca a importância da presença das crianças nos blocos, conquistando mais uma geração sem perder a essência carnavalesca.
“Que a gente possa resgatar o nosso Carnaval e das escolas de samba, dos blocos, para fortalecer os blocos e ter os blocos ali pra ensinar para as novas gerações como que brinca o Carnaval”, diz ela, reforçando para que as famílias levem os pequenos para a folia.
Resgate da tradição dos blocos de rua
Tanto é que neste ano, uma paróquia de Campinas resolveu organizar um bloco para tocar as tradicionais marchinhas no pré-Carnaval e mostrar como se faz um Carnaval das antigas. Um dos frequentadores, Paulinho Olivieri, destaca o apoio da comunidade católica do bairro à festa, que antecede a Quaresma.
Ele afirma que a comunidade busca com o projeto promover uma ação cultural no bairro, que é carente de cultura, e cita uma fala de Dom Hélder Câmara, fundador da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
“Viva o Carnaval, meu povo. Esse é o momento de diversão para um povo tão sofrido. É o nosso momento de divertir-se e proporcionar cultura para toda a comunidade local. Precisamos de espaços culturais para que a gente possa interagir com as famílias e levar divertimento à população”.
Papel da Prefeitura
Bloco é a reunião de pessoas para brincar o Carnaval, mas não sem compromisso, afinal, festejos realizados ao ar livre precisam ter segurança garantida para a população. Em Campinas, a Prefeitura oferece agentes de segurança e infraestrutura, como explica a secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli.
“Nosso investimento maior é na estrutura, que é aquela para que a cidade não seja afetada, no sentido até da própria segurança pública, da segurança de quem decide brincar o Carnaval e da segurança de quem decide não brincar o Carnaval”, explica.
Série “O Carnaval de Campinas pede passagem”
Em parceria com a rádio CBN Campinas, o acidade on Campinas apresenta ao longo dessa semana a série: “O Carnaval de Campinas pede passagem”. Estão sendo publicadas matérias que são adaptações em texto das reportagens transmitidas pela rádio.
O especial faz uma viagem ao passado para apresentar o início do Carnaval em Campinas até sua evolução para os dias atuais. Esta é a quinta matéria publicada em parceria.
A primeira foi “Conheça a origem europeia do Carnaval de Campinas”, e a segunda “Qual valor investido pela Prefeitura no Carnaval 2024 em Campinas?”, a terceira “Escolas de samba de Campinas: há nove anos sem desfile, retorno continua indefinido” e a quarta “Bailes de Carnaval nos clubes perdem força em Campinas”.
*Com informações de Carolina Rodrigues e Marco Guarizo/CBN Campinas
Quer ficar ligado em tudo o que rola em Campinas? Siga o perfil do acidade on Campinas no Instagram e também no Facebook.
Receba notícias do acidade on Campinas no WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o link aqui!
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Campinas e região por meio do WhatsApp do acidade on Campinas: (19) 97159-8294.
LEIA TAMBÉM NO TUDO EP