A cidade de Bebedouro, a 82 quilômetros de Ribeirão Preto, está com 100% de ocupação dos leitos de UTIs Covid-19.
As 20 vagas disponíveis atualmente, no Hospital Estadual da Cidade, estão ocupadas há mais de um mês.
Enquanto não conseguem uma vaga em um hospital, os pacientes mais graves são intubados na ala Covid do gripário, um anexo que foi construído na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bebedouro.
O anexo na UPA existe desde abril de 2020 e atendia, até janeiro deste ano, cerca de 50 pacientes por dia.
Atualmente, o número triplicou e, em média, 150 pessoas são examinadas diariamente no local.
Nesta segunda-feira (17), 14 pessoas aguardam por vaga em UTI, segundo a Prefeitura da cidade.
População reclama
O técnico de enfermagem Gustavo Nardi Costa, fez um vídeo para denunciar a situação crítica na saúde de Bebebeuro.
Ele conta que tem pacientes que esperam 6 e 7 horas para serem atendidos na UPA da cidade:
“Estou indignado com a situação da nossa Bebedouro. Tem pessoas morrendo as minguas, cadê as autoridades? Reza para um familiar seu, não cair na UPA e no Gripário, porque eles não tem capacidade de cuidar de pacientes graves lá dentro, o paciente só é estabilizado”, disse Gustavo.
Em outro vídeo compartilhado nas redes sociais, o vigilante Anderson Vinícius Ferreira Rodrigues, disse que precisou tirar o sogro da UPA no fim de semana, porque ele estava com dificuldades de respirar. O homem foi levado para casa e a família comprou oxigênio.
“Eu estou com meu sogro em casa com grave falta de ar. A gente conseguiu arrumar oxigênio, mas ainda assim ele precisa de especialidade médica. Tô fazendo esse vídeo para para acionar os responsáveis, para que haja na saúde, um olhar mais humano”, afirma Anderson.
O que a Prefeitura diz:
Em relação a falta de leitos de UTIs em Bebedouro, a Prefeitura disse que já solicitou ao Governo do Estado, a abertura de mais 10 vagas no Hospital Estadual, mas até o momento a requisição não foi atendida.
Sobre a UPA, disse que o local tem capacidade para acolher os pacientes com sintomas da Covid-19 em uma ala semi-intensiva e admite que a situação é grave em todas as cidades, não só em Bebedouro.
Já sobre a situação envolvendo o oxigênio, a secretária da Saúde, Silvéria Laredo, em entrevista para a EPTV Ribeirão, nesta segunda-feira (17), negou que tenha faltado oxigênio na UPA.
Ela disse que houve um problema no fornecimento em uma das salas onde ficam os pacientes mais graves, que estão intubados, mas que a enfermeira percebeu a situação e imediatamente, eles foram transferidos para cilindros de oxigênio móvel.
“Posso garantir que não houve falta de oxigênio, a sala já está com o técnico ; Eu particularmente acredito que o problema tenha acontecido por causa da alta demanda, de pacientes em situação mais grave, mas posso garantir que nunca houve falta de oxigênio, acredito que o paciente tenha ido para casa por opção dele”, finaliza Silvéria.
Cenário da pandemia em Bebeuro
Desde o inicio da pandemia em março do ano passado, Bebebouro registra 5.471 casos de Covid-19 e 179 pessoas morreram por complicações da doença.
Bebedouro faz parte da DRS 5, (Departamento Regional de Saúde de Barretos).