A variante Delta, de origem indiana, continua sendo monitorada pelas autoridades de saúde brasileiras. Segundo boletim do Ministério da Saúde, o Brasil soma 169 casos até nesta segunda-feira (26). O Estado de São Paulo registra 15 casos.
O pesquisador e virologista da USP de Ribeirão Preto, Benedito Lopes Fonseca, explica que o predomínio ainda é da variante Gama, conhecida também como P.1 ou cepa do Amazonas. “Continua próximo de 90% das amostras coletadas de pacientes infectados”, disse.
Como há poucos casos no Brasil, Fonseca, afirma que ainda não dá para definir se a linhagem indiana é mais grave. Segundo ele, com base em estudos no Reino Unido, onde a cepa é maioria entre as variantes circulantes, houve aumento dos casos e de internações, mas não necessariamente de óbitos,
Em relação aos sintomas, Fonseca disse que os relatos dão a entender de que são parecidos como uma gripe, mas com potencial de agravamento do quadro de saúde maior. “O que a gente tem de dados é que pelo menos na Inglaterra, as principais manifestações clinicas são dor de cabeça, febre, dor de garganta e coriza. Não tem falta de ar, obviamente vai ter, mas o número é menor”, disse.
Efeito da vacinação
Fonseca relaciona a melhora dos indicadores da pandemia em Ribeirão Preto, ao avanço da vacinação contra a covid-19. Apesar disso, disse que ainda não é o momento para relaxar nas medidas de prevenção contra a doença.
“Nesse momento a gente tá sob controle, com número de casos reduzindo, mas ainda com muita gente infectada. Então, assim, eu realmente ficaria com o pé atrás. A gente precisa que as pessoas continuem usando as máscaras, além do distanciamento social”, disse.
Como exemplo, Fonseca, cita que os casos de covid-19 voltaram a subir nos Estados Unidos em razão da variante delta, o que fez o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), voltar a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados, mesmo para quem já está totalmente imunizado contra a doença.