Com as taxas de ocupação de leitos praticamente no limite, o avanço da covid-19 em Ribeirão Preto parece atingir cada vez mais novas faixas etárias e em tempo recorde. Prova disso são os dados relacionados a óbitos da semana passada.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 12 pessoas com idades entre 30 e 44 anos morreram em apenas quatro dias, contados de 14 a 18 de março, por conta da infecção grave causada pelo novo coronavírus.
O levantamento mostra que três pacientes tinham a idade mínima descrita acima, outro havia feito 32 e mais dois tinham 33. Na sequência, pelo menos um munícipe de 34, 37, 38 e 44 anos morreu neste período.
Por fim, duas pessoas de 41 anos não resistiram aos sintomas e faleceram na cidade.
Para Rodrigo Stabeli, diretor da Fiocruz em Ribeirão Preto, a mudança de comportamento da doença, aparentemente mais grave entre os jovens nesta segunda onda, pode estar relacionada ao super espalhamento do vírus e excesso de exposição.
Ou seja, essa faixa etária, mais resistente aos reflexos da covid-19, tem se locomovido mais e aglomerado mais nos últimos tempos, culminando na superlotação dos hospitais municipais.
“Temos observado que têm muitos jovens circulando e, como ainda não temos um parâmetro da doença, sem históricos de cura, não conseguimos prever quem vai ser um caso grave e quem vai morrer. É por isso que as exceções também estão sendo internadas”, explica o pesquisador.
Em contrapartida, os planos estaduais de imunização contra o novo coronavírus parecem ter começado a surtir efeito. E a prova, mais uma vez, está nos dados oficiais.
“O que podemos observar é que, com alta de mortes entre pacientes mais novos, deveríamos ter também entre idosos, mas a vacina parece ter segurado essa tendência. Se fossemos comparar com Manaus, quando jovens começaram a morrer, muito idosos perderam a vida. Isso mostra que vacinação contra a covid-19 está dando certo”, completou Stabelli.