O impasse relacionado a reabertura das escolas municipais e estaduais, ainda sem data definida em Ribeirão Preto, continua dividindo opiniões e gerando dúvidas entre os pais e responsáveis. Valdes Bolela, no entanto, defende a volta às aulas.
De acordo com ele, que é infectologista do Hospital das Clínicas e atuante assíduo no combate ao novo coronavírus, a taxa de infecções graves em crianças ainda é baixa – mesmo com o surgimento de variantes da covid-19, aparentemente mais agressivas entre jovens adultos.
Além disso, dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que a maioria dos casos neste universo é tratável. Isso porque, em 12 meses de pandemia, dois pacientes de 5 a 9 anos morreram na cidade. Ambos tinham comorbidades.
“Sobre as cepas, nós temos mais dúvidas do que certezas […]. Porém, acredito que seja mais seguro os alunos estarem na escola do que em ambientes que eles costumam estar em períodos de suspensão, como parquinhos, praças e subúrbios”, destaca o especialista.
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Para Bolela, a exposição não apenas ao vírus, mas também a fome, violência doméstica, gravidez na adolescência e tantos outros perigos que podem ser combatidos com a educação, tornam-se mais graves que a própria contaminação em idades baixas.
“Não podemos dizer que não existe risco de transmissão do novo coronavírus no ambiente escolar, mas esse pode ser um risco calculado e evitado com os devidos protocolos de distanciamento, uso de máscara, higiene das mãos e triagem de alunos”, completa o infectologista.
Prazo de suspensão
Apesar da indefinição em instituições públicas, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) confirmou que, após o período mínimo de suspensão das aulas, marcado para 4 de abril deste ano, as escolas que se julgarem aptas para retomarem as atividades poderão reabrir com 35% da capacidade de lotação.
A rede municipal e estadual de ensino, no entanto, ainda não definiram as datas de reabertura.