Duas famílias de Ribeirão Preto pedem leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes internados com a Covid-19 na rede pública.
Em ambos os casos, os pacientes tratam da doença na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central, um dos Polos Covid na cidade.
Procedimento
Internada desde a segunda-feira (10), Marina Ferreira Rosa, de 56 anos, está com uma infecção no rim e necessita ser transferida do posto de atendimento para realizar uma hemodiálise, segundo o filho David Júnior.
Ao ACidade ON, o porteiro disse que foi informado pela equipe médica de que o procedimento não é realizado na UBDS. David afirmou, ainda, que a mãe está no grupo de risco do coronavírus por ser diabética e possuir hipertensão.
“Estou de mãos-atadas. Só estou sendo informado quando os médicos ligam para mim, o que não acontece muito durante o dia. Não tenho mais lágrimas para chorar. Minha mãe está com retenção de líquido, por conta da infecção, e faz o uso de oxigênio. Meu medo é que esse líquido chegue até o pulmão dela”, contou.
Alto risco
Saulo Moreia Filho, de 32 anos, disse que também espera por um leito de UTI para o pai, que está intubado na Polo Covid da UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central.
Ele conta que o pai, Saulo Antônio Moreira, tem 55 anos, e está na unidade desde o último dia 9 de maio.
“Na sexta-feira [dia 14 de maio], ele precisou ser intubado e os médicos dizem que o caso é grave e necessita de internação em um hospital. A gente tem notícias uma vez só por dia e não sabemos o que fazer”, afirmou.
Saulo ainda contou que o pai já sofreu um infarto, o que deixa a família ainda mais preocupada com o agravamento do quadro de saúde.
Outro lado
Em relação ao caso de Marina Rosa, a Secretaria Estadual da Saúde informou, por meio de nota, que a Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde) está em monitorando para auxiliar no processo de transferência.
A Pasta afirmou, ainda, que possui um sistema on-line que funciona 24 horas, onde é possível buscar vaga disponível em várias unidade, não apenas nos hospitais do Estado.
Já a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, também por meio de nota, afirmou que o sistema de saúde municipal entrou em pré-colapso.
“As medidas de restrição que, estão sendo persistentemente solicitadas por todas as autoridades sanitárias no Brasil e em Ribeirão Preto e parcialmente respeitadas pela população, levaram a esta situação. Neste momento de profunda tristeza, vemos situações críticas e dificuldades para atender toda as pessoas doentes”, disse.
Sem definir um prazo para a transferência, a secretaria garantiu que todos os pacientes estão recebendo todas as medidas necessárias para o tratamento adequado.
Já em relação ao caso de Saulo Moreira, a Saúde de Ribeirão contou que a ordem de transferência é decisão dos médicos, que estão na busca de leitos em hospitais. Diariamente, não estão sendo abertas mais do que seis novas vagas, de acordo com a prefeitura.
“Todos que estão aguardando a vaga recebem o tratamento adequado”, concluiu.