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coronavirusTriplica mortalidade de jovens até 45 anos nas UTIs brasileiras

Triplica mortalidade de jovens até 45 anos nas UTIs brasileiras

Associação de Medicina Intensiva Brasileira fez comparativo entre período de 2021 e a fase de colapso neste ano, ambos durante pandemia da covid-19

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Levantamento compara óbitos de pacientes em UTI com idades entre 18 e 45 anos (Imagem ilustrativa)

 

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O percentual de mortes de jovens entre 18 e 45 anos por Covid-19 nas UTIs brasileiras triplicou, segundo dados compilados de 1.593 unidades de terapia intensivas públicas e privadas do país.
 

O levantamento é do projeto “UTIs brasileiras”, da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e compara um período de relativa calmaria na UTIs, entre setembro e novembro de 2020, com esse momento de colapso, entre 1º de fevereiro até sexta (26).
 

Os dados mostram que o percentual de jovens mortos passou de 13,1% para 38,5%, um aumento de 193%.
Se observado só o grupo de jovens sob ventilação mecânica, o aumento é de 31%: subiu de 43,2% para 56,6%. A mortalidade geral de pacientes intubados, de todas as faixas etárias, é de 53%.
 

Ao mesmo tempo que houve um crescimento de 11% nas internações de pacientes com menos de 45 anos nas UTIs, as de pessoas com mais de 80 anos caíram 27,6%.
No período anterior, os mais jovens representavam 18% dos admitidos; agora são 20%. Os mais velhos, eram 13% e hoje são 9,7%.
 

Os dados da Amib convergem para a última edição do Boletim Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado nesta sexta (26), que mostra que a epidemia de coronavírus rejuvenesceu no Brasil.
 

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Para o médico intensivista Ederlon Rezende, coordenador do projeto, os números derrubam de vez a suposição que se tinha no início da pandemia de que os jovens não desenvolviam a forma mais grave da Covid e não morriam em razão dela.  

“Agora estamos vendo o contrário”, diz ele.
E por que esses jovens estão morrendo mais? Para Rezende, eles estão chegando mais graves aos hospitais ou porque retardaram a ida ou porque tiveram problemas de acesso por falta de vagas nas UTIs.
 

“Esse gravidade se reflete no fato de que eles estão precisando mais ventilação mecânica, mais prona [técnica que deixa o paciente de barriga para baixo], mais diálise, mais Ecmo [equipamento que funciona como pulmão e um coração artificiais para pacientes que estão com os órgãos comprometidos]”, conta.
 

Outra hipótese é que a nova variante do vírus, conhecida como P1, possa estar associada às formas mais graves.
 

Segundo ele, é sempre bom lembrar também que muitas UTIs não estão funcionando em suas condições normais, uma vez que houve um aumento exagerado de leitos para a capacidade das equipes.
 

“A mortalidade está sendo maior em todas as faixas etárias. É o nosso pior momento de mortalidade dentro das UTIs”, diz ele.
 

O deslocamento da incidência da Covid grave para as faixas mais jovens contribui para o cenário crítico da ocupação de leitos de UTI neste momento de colapso.
 

Por se terem menos comorbidades, a evolução dos casos é mais lenta, e a permanência em leitos de UTI, maior.

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Ricardo Canaveze
Ricardo Canaveze
É repórter no portal ACidade ON Ribeirão Preto. Formado em Jornalismo pelo UNIFAE em 2003, tem uma experiência em editorias como Cotidiano e Polícia. Já atuou em emissoras de rádio no início da carreira na comunicação, a partir da década de 1990, e em jornais impressos como o A Cidade. Está no Grupo EP desde 2007.
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