Termina hoje a 21ª FIL – Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto. Durante uma semana, a cidade abriu as portas para mais de 200 atividades oferecidas gratuitamente. Foram salões de ideias, de debates, espaço de contação de histórias, shows, oficinas, encontros de estudantes com autores, uma riqueza de atividades.
Em todas as atividades, o público disse “sim, presente, aqui estamos.” E em muitos eventos de que participei, lembrei-me muito do maestro Karabtchevsky, que era muito popular na mídia, há algumas décadas. Ele regia não só a orquestra, mas interagia com o público, fazendo todos cantarem junto. E ele fazia sempre questão de dizer que o povo gosta sim de cultura. O que é preciso é que as autoridades constituídas deem oportunidade de que tenhamos acesso à música, dança, literatura, entre todas as expressões artísticas.
Notei isso no Teatro Pedro II, com Antônio Nóbrega, no sábado. Que noite de gala! Ele, como ensinava o maestro Karabtchevsky, abandonou o palco e veio pra galera. Tom Zé também lotou o Pedrão. E lotou tanto que os atrasadinhos, como eu e uma multidão, fomos parar no “poleiro” como a gente chamava o “balcão” na minha infância e adolescência. E a apresentação do Maracatu Chapéu de Sol, logo depois na esplanada, que coisa linda!
A semana rolou, não deu para estar em todos as atividades, mas duas delas me tocaram pessoalmente. Na quarta, fui homenageado pelos educados da ADEVIRP, associação dos deficientes visuais. Gente do Céu, que coisa fantástica perder a visão para melhor enxergar!
Na sexta, de novo no Teatro Municipal lotado, os alunos da Fundação Educandário me levaram às lágrimas, pelo carinho e pelos trabalhos que desenvolveram no palco do teatro. Dançaram, cantaram, apresentaram trabalhos, declamaram poesias, um encanto.
Em resumo, como diria Fernando Pessoa, valeu a pena? Sempre vale a pena quando a alma não é pequena. Em outras palavras, quando a intenção é positiva. Obrigado, Fundação do Livro e Leitura e a todos os que se envolveram para que a 21ª FIL acontecesse.
Ah, e hoje tem mais atividades, viu? Serão mais de vinte, ok? Entre elas, salão de ideias, às 14h, com a filósofa Viviane Moisé e, às 20h30, a atriz ribeirão-pretana Débora Duboc encerrará a 21ª FIL, abrindo o 6º festival Nacional de Teatro de Ribeirão Preto.