474 crianças foram internadas em hospitais públicos com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em São Carlos (SP) desde o começo da pandemia de Covid-19. Do total, 32 tiveram diagnóstico positivo para a Covid-19.
As informações constam de balanços calculados pela Santa Casa de São Carlos e pelo Hospital Universitário a pedido do acidade on.
No hospital filantrópico, desde março de 2020, 67 crianças ficaram hospitalizadas por SRAG, das quais, 6 tiveram resultado positivo para o novo coronavírus.
Já no Hospital Universitário da Federal de São Carlos o número é ainda maior: 391 crianças passaram pela enfermaria com SRAG, das quais 24 estavam com Covid-19 até o fim do ano passado. Neste ano são 16 pacientes com síndrome respiratória, dois positivados.
Não houve caso de morte de criança por Covid-19 em São Carlos, mas dados de cartórios mostram que 324 crianças morreram por causa da doença no país.
A explosão de casos de Covid-19 e de outras doenças respiratória fez com que as autoridades de saúde do município estudassem meios de atender a uma iminente alta de demanda nos serviços públicos de saúde, principalmente entre as crianças. O Centro de Triagem do Milton Olaio atende a cerca de 50 crianças ao dia. A ideia é abrir novo espaço para atender os menores.
Não há dado oficial que mostre a disseminação da Covid entre as crianças na cidade, mas número de casos de casos entre elas deve ser ainda maior, se levar em consideração a procura em serviços privados.
Em um laboratório de análises da cidade, a procura por testes PCR para menores de 15 anos disparou na virada do ano. A demanda que era de 40 amostras na última semana do ano passou para 110 nos primeiros sete dias de janeiro. Entre segunda (10) e terça (11) foram 65 atendimentos.
Por lá, a taxa de positivados está numa crescente. Passou de 18% para 25% entre a última semana de 2021 e a primeira deste ano. Nesta semana é de 27%.
Uma das possibilidades elencadas pelo CEO da empresa para o aumento da procura por exames privados é evitar a exposição das crianças com suspeita de Covid em ambientes que certamente tem pacientes infectados, como o Centro de Triagem e ambulatório de cooperativa de médicos.
Das poucas informações que a ciência dispõe sobre a variante ômicron, uma delas versa sobre a possível menor taxa de hospitalização causada pela nova cepa. Apesar de trazer certo alento neste aspecto, a variante tem rápida disseminação, algo jamais visto em toda a pandemia de Covid-19. Se seguir a lógica das anteriores, certamente uma parte dos infectados, inclusive as crianças, deverá parar em hospital com SRAG.
De acordo com a infectologista e Diretora de Práticas Assistenciais da Santa Casa, Carolina Toniolo Zenatti, “é importante mantermos todos os protocolos de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, utilizar álcool em gel, usar máscaras e manter o distanciamento social”.
Parte considerável das síndromes gripais mais graves em crianças pode ser evitada com a vacinação da influenza, por exemplo. Apesar de uma nova cepa da gripe estar levando multidões aos hospitais em todo o país, há estudos que aponta imunização cruzada com o imunizante já disponível nos postos de saúde.
E a vacinação para a Covid-19, em iminência de acontecer, deve contribuir ainda mais com a redução dos índices de hospitalização entre crianças. Nesta quarta-feira (12), o governo paulista liberou pré-cadastro dos pequenos no Vacina Já.
“O Brasil já é reconhecido internacionalmente pela excelência do Programa Nacional de imunização. Portanto é fundamental que os pais os responsáveis mantenham a carteira de vacinação dos filhos em dia. A vacina contra gripe já é oferecida na rede pública. E o Ministério da Saúde já anunciou a vacinação contra Covid em crianças, e que esperamos que aconteça o mais rápido possível. Então, se você tem a oportunidade de imunizar seus filhos, não perca tempo, agora é a hora de vacinar nossas crianças”, conclui.