A poucos dias de completar um ano da grande enchente que atingiu diversos pontos de São Carlos (SP), apenas uma das cinco grandes obras anunciadas pela administração municipal começou a sair do papel.
Neste contexto, a cidade entra em novo ciclo chuvoso, com os temporais de primavera e verão, com a possibilidade de ter as medidas ditas emergenciais funcionando de forma efetiva apenas no Verão 2022/2023.
A possibilidade foi admitida pelo secretário municipal de Obras, João Batista Muller, em entrevista à rádio CBN nesta quinta-feira (11).
No balanço apresentado pelo secretário, está em andamento a preparação das obras de drenagem no Parque São José, intervenção que levará a água das chuvas para o novo piscinão do CDHU. Ontem (10), após forte chuva, a região voltou a sofrer com enxurrada e inundação.
Obra-chave na contenção da inundação da alça da Rotatória do Cristo sobre o córrego do Mineirinho, a construção de novo sifão e galeria na chegada do curso dágua ao Monjolinho já tem empresa contratada. A ordem de serviço, porém, será emitida somente depois do período das águas.
“Nas três chuvas tivemos problemas na chegada do Mineirinho no Monjolinho, o que nos obrigou a interditar o tráfego de carros ali. Essa obra está contratada, só que infelizmente demorou demais devido aos recursos [na licitação] e eu não posso emitir a ordem de serviços para começar”, afirma
A administração municipal conta com outras duas obras vinculadas ao envio de verbas por parte do governo do Estado. Uma delas é a execução de muro no Gonzaga e a ampliação da passagem de ponte sobre o Córrego do Monjolinho, ao lado da ponte da linha férrea. Nos últimos dias, a Justiça Federal decidiu obrigar a concessionária Rumo a realizar a adequação de vazão no curso dágua sob a infraestrutura ferroviária.
“A quinta obra que estamos apostando muito é o piscinão da travessa 8 [na Vila Prado]. Terminamos a licitação e ganhou a empresa HT, de São Paulo, que vai entrar na obra dentro de 10 dias”, declara.
Passados 350 dias do temporal que aterrorizou a cidade, o secretário elenca justificativas para andamento lento das obras. Uma delas é a pandemia, que reduziu o expediente nas repartições públicas, o que deixou os processos licitatórios mais devagar. Falhas nas licitações e concorrência acirrada entre empresas o que ocasionou diversos questionamentos e recursos nos processos.
“Em 2022 já teremos algum resultado dos investimentos que estamos fazendo neste momento. Mas, sendo bem sincero, para esse período [de chuvas] agora não teremos benefícios”, conclui.