A falta de secretário municipal de Saúde em São Carlos foi motivo de críticas e questionamento entre vereadores na sessão ordinária da Câmara Municipal realizada na terça-feira (19).
O município completou, hoje (20), 40 dias sem gestor titular na considerada a principal pasta da Prefeitura. O país e o mundo vivem uma emergência sanitária pela pandemia de Covid-19 e a região sob a ameaça da elevação da disseminação da dengue. Prometida, a revogação da emergência pelo Ministério da Saúde ainda não foi publicada.
A falta de secretário de Saúde foi levada à tribuna pelo vereador Paraná Filho (PSB). Ex-gestor da Agricultura e recém-convertido ao socialismo, o parlamentar apontou falta de planejamento por parte da Prefeitura.
“Eu não sei em que se apoia a decisão de tirar um secretário de saúde, sendo que não tinha outra pessoa para colocar na vaga”, criticou.
O parlamentar ainda indagou as motivações que levam os candidatos ao cargo negarem a proposta do Executivo Municipal.
“Não sei como se justifica e qual proposta estão fazendo para essas pessoas que foram convidadas a assumir a Secretaria da Saúde. Por que, em sã consciência, não gostaria de assumir uma Secretaria de Saúde? Por que estão recusando? O que estão propondo?”, indaga.
Lucão Fernandes (MDB), que preside a Comissão de Saúde na Casa, havia debatido na véspera em audiência pública a falta de médicos na saúde municipal. Ele apontou que há um cargo importante em aberto na pasta.
“Há vários vereadores debatendo sobre essa questão da Saúde. E é um problema gravíssimo, primeiro, a indefinição do grande chefe, o condutor desta secretaria. Me arrisco a dizer que a principal secretaria dentro do poder público é a da Saúde”, comenta.
O vereador Ubirajara Teixeira (PSD) chamou a atenção ao fato de ter sido hostilizado por moradores do Cidade Aracy ao visitar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro. Pacientes estavam irritados pela demora do atendimento no local.
“Infelizmente, ontem foi difícil. A minha salvação foi o vereador Paraná, que chegou lá. Passei pela situação de ser hostilizado pela população. O vereador Paraná tem conhecimento do bairro e contribuiu para acalmar os ânimos. Não tenho porque criticar a população, é momento de desespero”, relata.
Cadeira vazia
O cargo de secretário de Saúde está vago desde a saída de Marcos Palermo, em 11 de março. O primeiro nome a ser lembrado foi o de Wander Bonelli, ocupante do posto em Descalvado. Ele negou a proposta.
Outro nome, o de Edson Eduardo Pramparo. Gestor de saúde e com carreira hospitalar, teve o nome apresentado em reuniões. Apesar da boa recepção, segundo fontes familiarizadas, não houve a nomeação, passados 40 dias.