Um ano depois da tentativa frustrada de golpe de Estado em Brasília, São Carlos e região tem um condenado e outros dois réus ‘na fila’ para julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).
Os três moradores da região participaram de trama que tentou reeditar o golpe que em 1964 colocou os militares no poder e jogou o Brasil em uma ditadura de 21 anos.
Em uma reação inédita que demonstrou união entre os três poderes da República e o repúdio da sociedade civil em geral, milhares foram presos durante a invasão e destruição de prédios em Brasília.
Após um ano do ocorrido, 30 dos cerca de 200 denunciados foram condenados. Um deles é Moisés do Anjos, morador de Leme. Com 61 anos, foi punido com 16 anos e 6 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Segue esperando o julgamento Edson Carlos Campanha, de Leme. Apesar de diversas publicações em redes sociais chamando amigos para manifestações em quartéis, se manteve em silêncio diante da polícia. Ele está em liberdade, mas com restrições. Assim como dos Anjos, foi indiciado pelos mesmos crimes.
Na mesma condição está o morador de São Carlos José Eder Lisboa, de 55 anos. Ele se tornou réu em maio do ano passado e libertado em agosto, mas responderá pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Condenações entre 12 e 17 anos
A Suprema Corte condenou outros réus do 8 de Janeiro a penas que variam entre 12 e 17 anos de prisão.
Os acusados são julgados diretamente pelo STF devido à competência de o Supremo julgar crimes perpetrados dentro de sua sede. A norma consta do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, que tem força de lei.
O número total de pessoas envolvidas na tentativa de golpe de Estado em Brasília é desconhecido, mas os cálculos mais recentes apontam para quase 2 mil pessoas presas por serem executoras do crime.
Nesta segunda-feira (8), nova fase da operação Lesa Pátria prendeu mais dois e cumpriu 47 mandados de prisão.
Além dos milhares de executores, há ainda por investigar, julgar e prender outros partícipes do golpe de Estado falho. A Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal está no encalço de autores intelectuais e financiadores da intentona.