Fazendo referência ao Dia Mundial Para a Eliminação da Discriminação Racial, comemorado nesta segunda-feira (21), o vereador Azuaite Martins de França cobrou ações mais contundentes dos governos em todos os níveis para o combate à exclusão e o preconceito e lamentou a falta de políticas públicas efetivas para seu enfrentamento. Segundo ele, “o racismo estrutural é um tema que precisa ser enfrentado desde o âmbito do município, porque não é um assunto distante de nós, pelo contrário: está presente no cotidiano de exclusão, marginalização e violência contra a população negra no meio em que vivemos”.
“O racismo mostra sua face quando a sociedade normaliza no dia-a-dia situações de discriminação e nada faz para mudar a realidade de violência, exclusão e marginalização que atinge principalmente a população negra. Há um apartheid à brasileira contra o qual devemos nos insurgir”, declarou.
Ao ressaltar que o assunto deve estar na pauta do município – e, portanto, na alçada dos agentes políticos locais como representantes da coletividade – ele enfatizou que “a discriminação racial não é só um legado do passado escravista do Brasil”. “Ela é praticada sistematicamente hoje, no dia a dia e no ambiente virtual, com ações de grupos que disseminam o ódio racial nas redes sociais”.
O vereador citou que a taxa de analfabetismo entre pretos e pardos no Brasil é três vezes maior que o percentual observado entre os brancos segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2019, o número de homicídios de pessoas brancas caiu 30% e de negros aumentou em 86% entre 2000 e 2019 e, segundo o IBGE, os negros representam 70% do grupo abaixo da linha da pobreza.
“A escravidão foi abolida há 134 anos, mas esse quadro de exclusão se manteve numa sociedade que sequer se assume como racista. Por isso, o dia 21 de março é uma oportunidade para refletirmos sobre a existência do racismo em nossa sociedade e como ele nos impede de nos consolidarmos como uma nação igualitária”.
Azuaite destacou que o tema da igualdade racial deve estar presente em discussões nas escolas, nas universidades e espaços públicos para que a consciência sobre o tema se traduza em atitudes: “Basta! Não podemos mais aceitar o racismo, esse mal que precisa ser extirpado de nossa sociedade”.
O Dia Mundial Para a Eliminação da Discriminação Racial foi instituído pela Organização das Nações Unidas – ONU – em referência ao massacre ocorrido em 21 de março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, onde 20 mil pessoas protestavam contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação, e a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.
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