O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou sua intenção de se candidatar a vereador no Rio de Janeiro nas eleições de 2024, caso seja absolvido da inelegibilidade no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O processo que pode impedir sua participação nas urnas por oito anos começou a ser avaliado na quinta-feira (22), e deve ser concluído na próxima semana. Seu filho, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que atuou como líder do chamado “gabinete do ódio” durante o mandato presidencial do pai, já ocupa uma cadeira na Câmara Municipal do Rio de Janeiro desde 2001.
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“Lógico que eu não quero perder os meus direitos políticos. Até falei outro dia: ‘Tô pensando em ser candidato a vereador no Rio de Janeiro’. Qual o problema? Não há demérito nenhum. Até vou me sentir jovem”, disse Bolsonaro em um evento com apoiadores do PL em Porto Alegre.
Além da candidatura à Câmara Municipal, o ex-presidente disse pode se candidatar novamente ao Palácio do Planalto “se estiver vivo e elegível”. “Se essa for a vontade do povo, a gente vai e disputa novamente a Presidência”, afirmou.
Para seus apoiadores, Bolsonaro também destacou que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques e André Mendonça, indicados por ele em 2020 e 2021, ocuparão os cargos de presidente e vice-presidente do TSE durante as próximas eleições. Ele insinuou que essa futura composição da Corte poderia influenciar as acusações feitas contra ele durante o julgamento. “As coisas mudam. Será que é uma preocupação com essa mudança? Antecipa essa vontade de: ‘Olha esse se reuniu com embaixadores?’”, questionou o ex-presidente.
Movida pelo PDT, a ação em julgamento, que pode resultar na inelegibilidade de Bolsonaro até 2030, questiona sua conduta no período pré-eleitoral. Em julho de 2022, Bolsonaro se reuniu com embaixadores no Palácio da Alvorada, onde apresentou um PowerPoint com críticas aos ministros do STF e questionou a confiabilidade das urnas eletrônicas sem apresentar provas, colocando em dúvida a integridade do processo eleitoral. A reunião foi transmitida pelo canal oficial do governo e pelas redes sociais do ex-presidente.
De acordo com o parecer do Ministério Público Eleitoral, o ex-presidente teria cometido abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, ao se valer de sua autoridade presidencial e dos recursos públicos em benefício eleitoral. O julgamento será retomado na próxima terça-feira (27) com o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves, e dos demais membros do tribunal, composto por sete ministros no total.
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