- Publicidade -
Política"Bolsonaro se reelege com 70% dos votos", diz Altomani

“Bolsonaro se reelege com 70% dos votos”, diz Altomani

Em entrevista, o ex-prefeito de São Carlos também rebateu declarações de Newton Lima (PT) sobre seu governo e chamou Doria de traidor.

- Publicidade -

Ex-prefeito de São Carlos, Paulo Altomani. Foto: Redes sociais

 

- Publicidade -

O ex-prefeito de São Carlos (SP) Paulo Altomani rebateu as declarações de Newton Lima (PT) de que seu governo teria paralisado obras e projetos importantes por terem sido iniciadas em governos do PT. 

Em entrevista ao ACidade ON, Altomani, que foi prefeito entre 2013 e 2016 na cidade, também declarou seu apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e chamou o governador João Doria de traidor. 

Além disso, criticou a falta de união dos políticos na cidade para eleger deputados e afirmou que a Câmara Municipal cria complicadores para dificultar a gestão do prefeito Airton Garcia (União-SP).

Ouça a entrevista completa: 


 

- Publicidade -

1 – Altomani, em entrevista ao ACidade ON, ao ser questionado sobre o motivo de nenhum prefeito ainda ter resolvido o problema das enchentes na cidade, o ex-prefeito Newton Lima disse que São Carlos tinha dinheiro em caixa para começar as obras na Praça Itália, que está sendo feita agora com a duplicação de vias, além do piscinão do CDHU, mas que o dinheiro foi devolvido pelo governo do PSDB, porque o projeto era do PT. O seu governo realmente devolveu esse dinheiro? 

R: Na questão da devolução do dinheiro, a obra da Praça Itália eu não concordei com o projeto, que previa uma série de estacamentos com pontas de eucalipto, para servir de arrimo no barranco onde passa o trem. Tanto que se você for ver lá hoje, o projeto está modificado, você vê as estacas de concreto segurando aquele muro de arrimo do trem. Eu achei o risco muito grande para a população da cidade de São Carlos e pedi para o DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] e para a empresa de Rio Preto que tinha ganho o processo mudarem o projeto. 

Eles não concordaram em mudar o projeto, o DNIT empurrou isso aí com a barriga. A obra foi feita só uma parte. Em 2012, a licitação foi feita e a empresa que ganhou só fez uma pequena galeria de águas pluviais, que sai do centro da Praça Itália e vai ali na Lagoa Serena. Aquela galeria está praticamente obstruída. Isso ficou mais ou menos R$ 1,8 milhão. A empresa que ganhou a licitação, quando foi ver o resto da obra sobre aquilo que ela ganhou já de R$ 1,8 milhão da galeria, ela queria um reajuste. Eu falei: olha, você pegou a obra por esse valor global de mais ou menos de R$ 12 milhões, cobrou já R$ 1,8 milhão e o PT te pagou, agora você vai terminar a obra no valor que contratou, porque eu não vou dar reajuste nenhum. 

A empresa, inclusive, foi multada, correu um processo na Justiça, na vara pública. A empresa ficou impedida de fazer obras por um determinado tempo. Depois a empresa ganhou esse processo na justiça e hoje está desimpedida para fazer obras. Mas, realmente, a obra da Praça Itália não foi continuada, não por culpa do atual prefeito, do prefeito Altomani, mas por conta de uma diferença de reajuste que a empresa queria receber do DNIT, ou que a prefeitura pagasse, além dos R$ 12 milhões que a obra foi contratada. 

2 – Na sua opinião, por que é tão difícil resolver esse problema das enchentes na cidade? 

R: Com relação ao problema da enchente, o engenheiro Márcio Marino foi ver um trabalho na Áustria, de uma empresa alemã, que trabalha com tubulões e material composto de oito metros de diâmetro. Então nós projetamos duas galerias subterrâneas, uma saindo praticamente da Praça Itália, indo cortar depois da linha do trem, após aquela passagem que está interrompida lá no Botafogo. E a outra sairia paralela à Rua Jesuíno de Arruda e lançaria água em céu aberto no córrego do Gregório ali depois do Sesi. E uma duplicação daquela abertura embaixo da linha do trem do Botafogo. 

Essa obra estava orçada em R$ 34 milhões e, realmente, nós tínhamos dinheiro em caixa para fazer. Mas o que aconteceu. O prefeito Newton Lima, em 2006, através de uma medida liminar, ele conseguiu uma redução num parcelamento de financiamento que o ex-prefeito Dagnone Melo fez no ano 2000.  

O Melo negociou toda a dívida da cidade de São Carlos com o tesouro, que era em R$ 31 milhões. Ele negociou até 2030 pagar R$ 600 mil por mês. O Melo perdeu a eleição, o Newton ganhou, pagou R$ 600 mil por mês até 2006. Em 2006, ele entrou com uma medida liminar, contratou um escritório de Curitiba, gastou quase R$ 1 milhão, e, através de uma medida liminar contra o tesouro nacional, reduziu essa prestação de R$ 600 mil para R$ 158 mil. E pagou de 2006 até 2012 R$ 158 mil. Eu entrei, essa liminar estava em vigência e nós continuamos pagando.  

Em abril de 2014, essa liminar foi cassada no tesouro nacional. Então apareceu uma dívida para a prefeitura pagar de R$ 74 milhões. E nós pagamos R$ 74 milhões. Foram subtraídos dos cofres da prefeitura R$ 5,6 milhões por mês de junho de 2014 até setembro de 2016. Deu um déficit na minha gestão de R$ 40 milhões no segundo ano e mais R$ 34 milhões no terceiro ano motivados por uma irresponsabilidade do Newton Lima, que não fez uma previsão de caixa. Quando tem uma decisão liminar, você deposita em juízo a diferença que está sendo discutida, e o governo do PT não fez isso, sobrou para o Paulo Altomani pagar.

Então, realmente, a obra da Praça Itália não foi terminada. Está sendo terminada agora, em um reajuste envolvendo o DNIT e a prefeitura, em uma mudança de projeto.

3 – Eu também perguntei ao Newton Lima porque o Hospital Universitário nunca atingiu seu potencial máximo em São Carlos. E ele disse que o prefeito que sucedeu o Barba, no caso o senhor, tomou a decisão de que o hospital não iria mais para frente e quis transformar o hospital em um Ambulatório Médico de Especialidades (AME). Disse ainda que o então governador Geraldo Alckmin que teria feito você mudar de ideia. Queria ouvir seu lado sobre essa afirmação do ex-prefeito Newton Lima. 

R: Nós conversamos esse assunto com o governador Geraldo Alckmin. O governo do estado queria um prédio novo para o AME. Aquela instalação que tem lá no Hospital Universitário seria muito grande para o AME e a finalidade não era essa. A finalidade seria atrelar o hospital à universidade federal. Então, o que eu fiz. A prefeitura pagava R$ 700 mil por mês para o Saúdes, e eles recebiam mais R$ 400 mil, para cuidar de 21 leitos. Dava R$ 52 mil por leito. Você divide por 30 dias, dá R$ 1.733,00 por leito. 

E para a Santa Casa a prefeitura mandava R$ 3,5 milhões para 280 leitos. Nós pagamos R$ 416 por leito. Eu falei: essa equação está errada, ela não fecha. Então nós tivemos uma reunião com o Saúdes, ele abriu mão da gestão, chamamos a Ebserh, negociamos, e ela assumiu o Hospital Escola. 

Nós devolvemos R$ 12 milhões para usar nas obras lá e transformar, de 21, para 60 leitos, como está funcionando agora. E a Ebserh paga o custeio do hospital, os médicos. E Ministério da Educação paga os professores universitários que trabalham lá. 

Então nós equacionamos o problema do Hospital Escola. Agora se realmente aquele hospital é para ter 400 ou 500 leitos, isso depende da demanda e dos recursos do governo federal. Mas aquilo que tinha se comprometido na primeira fase está funcionando e nós equacionamos como um relógio. Então essa informação do ex-prefeito Newton Lima não procede.

4 – Agora saindo um pouco do que disse o Newton Lima, gostaria de saber qual a opinião do senhor sobre a crise atual no governo municipal, com a Câmara pressionando o prefeito Airton Garcia a participar de uma reunião presencialmente na Câmara para falar sobre os problemas em diversas áreas da cidade. Como o senhor enxerga essa crise e também como avalia atualmente o governo municipal? 

R: O Airton Garcia juntou muitas correntes diferentes e hoje existe uma briga pelo poder. Existe uma briga na prefeitura entre o time do prefeito e o time do vice-prefeito, com um querendo derrubar o outro. O próprio secretário da Saúde me confessou que não tinha apoio, o Marcos Palermo. Ele teve que pedir demissão e me falou que lá é uma briga e não se tem apoio de ninguém. Eu tenho conversando com alguns secretários do governo, que, aliás, alguns foram meus secretários e continuam. Eles falaram que está um desentendimento geral na prefeitura. 

A Câmara, ao invés de ajudar, ela cria complicadores para dificultar a gestão do prefeito. O prefeito não pode ir à Câmara, porque ele está impossibilitado fisicamente. Ele faz hemodiálise três vezes por semana em casa, então não pode se expor. Mas ele tem excelentes secretários que, se convocados, vão lá na Câmara e, como foram no meu tempo, deram show e mostraram para os vereadores, uns são inteligentes e outros são ignorantes. Mostraram como está a condução da cidade. 

Então precisa ter um entendimento da Câmara que a prefeitura passa por dificuldades, teve queda de arrecadação por conta do gasto excessivo com a Covid-19. Então precisa ter entendimento, não um querer destruir o outro, mas todos puxarem para o lado correto da cidade.

5 – Falando um pouco sobre a sua carreira política, o senhor ainda é filiado ao PSDB? 

R: Sou filiado ao democrata, que agora se junto com o PSL, e estou vendo o caminho que vou tomar no meu futuro político. Candidato eu não tenho vontade de ser mais, quero contribuir com a política de São Carlos, ajudar a eleger o próximo prefeito. Ver se a gente tem uma união política para a gente eleger um deputado estadual, um deputado federal. No passado, São Carlos tinha dois deputados estaduais e três deputados federais, quando nós tínhamos 80 mil habitantes. Agora nós temos 230 e não conseguimos um acordo político para eleger um estadual e um federal. É um desastre, cada um olhando para o seu próprio umbigo e não para o coletivo. 

6 – O senhor deve apoiar algum candidato a deputado estadual ou federal nestas eleições? 

R: Os nomes não estão lançados ainda, eu estou analisando. A nível de governo do estado, o Tarcísio, ministro de Infraestrutura, se for candidato, terá o nosso apoio. O meu apoio, principalmente. E eu continuo apoiando as iniciativas do governo Bolsonaro. 

7 – Como vê essa saída do ex-governador Geraldo Alckmin do partido para ser vice em uma chapa com o Lula? 

R: Eu achei um desastre. Falei para o meu amigo Geraldo Alckmin: olha, eu vou falar agora do Geraldo político, como cidadão, como homem, como pai de família, eu tenho toda admiração por você. Agora, como político, você se juntar com o Lula, você vai jogar seu nome na lata do lixo. Trocar uma disputa certa pelo Senado ou pelo governo federal por uma disputa incerta à presidência da república. Ao meu ver, o Bolsonaro se reelege com 70% dos votos. 

8- O senhor apoia a reeleição do presidente Jair Bolsonaro? 

R: Apoio o atual presidente a reeleição, porque acho que ele está fazendo um belo trabalho. Tem feito algumas besteiras, mas dentro do coletivo geral, eu acho que ele está fazendo muita coisa boa para o país.

9 – Qual a sua opinião sobre o atual governador João Doria? 

R: Medíocre. Traidor. Traiu o Geraldo Alckmin, traiu todo aquele povo que o ajudou a se eleger. Talvez o PSDB, por conversas de bastidores, que eu tenho ouvido de alguns amigos, até do próprio senador José Aníbal, está se pensando na troca do candidato, porque ele não vai decolar. 

 

Leia mais:  

 Newton Lima descarta candidatura a deputado e comenta chapa Lula-Alckmin 

– Lula tem 40%, Bolsonaro, 29%; Ciro e Moro empatam em 9%, aponta Exame/Ideia

- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -