O primeiro compromisso do presidente Jair Bolsonaro (PL) na viagem oficial a Moscou será a deposição de flores em frente ao “túmulo do soldado desconhecido”. O monumento foi construído em homenagem a um militar não identificado morto em embate entre o então exército da comunista União Soviética e os nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A visita ao túmulo está marcada para esta quarta-feira, 16, às 9h do horário local, 3h da manhã no horário de Brasília. Bolsonaro estará acompanhado por autoridades militares russas.
De olho nas eleições de 2022, Bolsonaro tem reciclado o discurso de combate à esquerda e ao comunismo para consolidar o apoio do eleitorado de direita. Ao anunciar sua viagem à Rússia, o presidente garantiu a apoiadores que o presidente russo, Vladimir Putin, seria “conservador”.
A principal agenda da viagem oficial – a reunião com Putin – acontecerá nesta quarta-feira no Kremlin, sede do governo russo, entre 13h e 15 h do horário de Moscou, 7h e 9h de Brasília. Ao final do encontro, haverá uma declaração à imprensa.
Depois do encontro com Putin, Bolsonaro se reúne com o presidente da Duma, o Congresso da Rússia, Vyacheslav Volodin. À noite, há um jantar com empresários.
O presidente brasileiro chega nesta terça-feira a Moscou, por volta das 16h no horário local, 10h da manhã em Brasília, acompanhado de uma “comitiva militar”. O governo federal ainda não divulgou oficialmente os integrantes da comitiva presidencial, mas o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, deve ser o único civil entre os titulares da Esplanada, já que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, não pôde embarcar por estar com covid-19.
Além do chefe do Itamaraty, acompanham Bolsonaro os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Defesa), Luiz Carlos Ramos (Secretaria-geral da Presidência) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).
A viagem de Bolsonaro à Rússia acontece em um momento de grande tensão internacional. De acordo com os Estados Unidos, Putin poderia invadir a Ucrânia nos próximos dias para estancar a aproximação do país vizinho com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A Casa Branca prometeu resposta contundente em caso de invasão.