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PolíticaCâmara de São Carlos adia a votação de cidadania a Jair Bolsonaro, apesar de tentativa de votação 'fantasma'

Câmara de São Carlos adia a votação de cidadania a Jair Bolsonaro, apesar de tentativa de votação ‘fantasma’

Vereadores que não estavam no plenário deixaram registrados votos de forma antecipada, algo que não tem previsão regimental

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Após mais de uma hora de discussões, terminou inconclusa a votação de projeto que poderia dar título de Cidadão Honorário de São Carlos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com plenário esvaziado, a Câmara não obteve quórum suficiente para que a votação fosse terminada, mesmo após 1h de discussões. Assim, a matéria passará por novo escrutínio na próxima sessão.

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A aprovação não ocorreu apesar dos esforços de parlamentares bolsonaristas a realizarem a votação com membros que não estavam no plenário no momento do escrutínio.

O sistema de votação registrou 18 votos, sendo que apenas 12 estavam na sala das sessões no momento da votação. O presidente Marquinho Amaral (Podemos) apareceu na lista como “presidindo” a sessão, sendo que havia se ausentado da Casa de Leis para um compromisso na Prefeitura. Outros membros deixaram registrado o voto antes, algo que não tem previsão no Regimento Interno.

O artigo 240 do Regimento determina que a “votação é ato complementar da discussão” e considera-se qualquer matéria em fase de votação “a partir do momento em que o Presidente declara encerrada a discussão”.

A tentativa de inclusão dos faltosos foi denunciada pela vereadora Raquel Auxiliadora (PT), que ressaltou a norma regimental que obriga os votantes a estarem no plenário no momento da votação.

Em uma votação sustada posteriormente, o placar tinha sido favorável ao projeto. Mas um pedido feito anteriormente pela parlamentar, e reafirmada por Azuaite Martins de França (Cidadania), que fosse realizada chamada antes da votação teve que ser cumprida por Elton Carvalho (Republicanos).

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Após nova chamada, a ausência de parlamentares que tinham votado no escrutínio sustado e a saída de vereadores da esquerda do plenário derrubaram o quórum para abaixo do mínimo obrigatório.

Investigado por golpe de Estado

proposição de título de cidadania para Bolsonaro chega ao Parlamento municipal após o ex-comandante do Exército e general da reserva Marco Antônio Freire Gomes confirmar em depoimento à Polícia Federal ter presenciado reuniões em que foram discutidos os termos na minuta do golpe.

As falas de Freire Gomes foram corroboradas pelo tenente-brigadeiro-do-ar Carlos de Almeida Batista Jr., ex-comandante da Força Aérea Brasileira.

Na minuta do golpe, Bolsonaro instauraria estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o intuito de reverter o resultado do segundo turno das eleições.

O documento também decretava a prisão de autoridades, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Com a minuta do golpe, Bolsonaro intuiria, segundo a Polícia Federal, propor nova eleição, em que ele sairia ganhador.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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