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PolíticaCâmara de São Carlos não deve ter leitura da Bíblia em sessão, revela enquete

Câmara de São Carlos não deve ter leitura da Bíblia em sessão, revela enquete

Consulta pública realizada pelo próprio Legislativo mostra que maioria concorda com o Estado Laico; participantes se dividem quando o assunto é crucifixo

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Crucifixo de Jesus Cristo do plenário da Câmara Municipal de São Carlos (SP). Foto: ACidade ON São Carlos

Consulta pública realizada pela Câmara de São Carlos mostra que a maioria dos participantes de enquete é favorável ao Estado Laico e não concorda com a leitura da Bíblia Sagrada no início das sessões do Legislativo. Os participantes se dividem entre os que apoiam e os que rejeitam a ideia de colocar outros símbolos religiosos além da Cruz.

Os resultados foram divulgados pela Câmara Municipal na segunda-feira (27) e devem fomentar novo debate a respeito da laicidade do Estado e ritos católicos na Câmara Municipal.

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A consulta foi feita de forma online no site da Câmara entre 7 de abril e 6 de maio, com três questões relacionadas à laicidade do Estado e a aplicação deste fundamento constitucional no Legislativo municipal. 
 
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Conforme o levantamento, 82,7% dos participantes concordaram com a separação entre Estado e religião, conceito-base da laicidade do Estado. Outros 17,3% discordaram.

Também foi questionado se o participante concordava com a obrigatoriedade da leitura da Bíblia Sagrada em cada sessão da Câmara. 66,7% disseram “não” e 33,3%, sim.

A enquete também abordou a existência de um crucifixo cristão no plenário da Câmara Municipal, motivo de contenda no fim do ano passado. A pergunta formulada era se a população participante anuía a inclusão de outros símbolos religiosos na sede do Legislativo. Dos que responderam, 51,3% disseram que não e 48,7%, sim. Em termos absolutos foi o resultado mais apertado, com quatro votos separando os 80 a 76.

A leitura da Bíblia e a um crucifixo no plenário da Câmara de São Carlos entraram em discussão em outubro do ano passado, quando o vereador Djalma Nery (PSOL) apresentou projeto de lei que substituía a leitura sagrada pela Constituição Federal ou Tratado Internacional de Direitos Humanos e permitia a instalação de símbolos não católicos. Após repercussão, o vereador pediu a retirada de pauta do tema.

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Para o vereador, a divulgação do resultado da enquete é positivo e abre a possibilidade de “dialogar com as pessoas a partir das reflexões que foram colocadas ali”.

“Nossa ideia é ler na íntegra todas as opiniões, refletir sobre elas, dialogar e pensar se tem algo que podemos propor, fazer [algo] a partir do que foi coloca para avançar na garantia da laicidade do Estado, como o previsto no Artigo 19 da Constituição”, afirma.

Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 65,6% dos moradores da cidade eram católicos, 21,15% eram evangélicos, 3,7% eram espíritas e 9,55% não eram de nenhum destes credos ou não tinham credo. Um novo Censo está previsto para acontecer nos próximos meses. 
 
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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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