A aplicação de testes RT-PCR em 257 atletas de São Carlos, sem o aval da Vigilância Epidemiológica, foi discutida no depoimento do secretário Marcos Palermo à CPI da Saúde. O assunto veio à tona na terça-feira (25) em coletiva de imprensa da comissão e foi questionada diretamente ao gestor da pasta. A relatoria da comissão não descarta acareação para apuração dos fatos.
Segundo o relator da CPI, o vereador Elton Carvalho (Republicanos), chegaram à comissão informações de que centenas de testes de Covid-19 foram usados pela Prefeitura em atletas da cidade. Segundo o parlamentar, a comissão deve investigar se há ilegalidade na aplicação sem o aval do órgão técnico responsável, a Vigilância Epidemiológica, e se o uso é prioridade em um dos momentos mais críticos da pandemia.
“Cabe à CPI pedir os documentos e se for comprovado a gente vai querer saber o porquê, perguntar à Vigilância se eles acham isso correto”, comentou o vereador, que emendou: “No meu ponto de vista como relator e profissional da saúde (vejo como) irregularidade, irresponsabilidade testar atletas neste momento de pandemia e pensando que vem uma terceira onda”.
Na CPI, o secretário de Saúde explicou que a testagem foi realizada em “atletas profissionais de São Carlos que competem nos campeonatos estaduais e federais” representando a cidade. Palermo assumiu que a Vigilância não autorizou a testagem, porém, a Secretaria Municipal da Fazenda fez a autorização, uma vez que a pasta de Esportes não conseguia os testes, pois os valores cobrados pelas empresas eram “altíssimo”. O aval surgiu para “economizar dinheiro público”, disse Palermo.
Possibilidade de acareação
Em entrevista antes da oitiva da CPI, o relator da comissão não havia descartado a possibilidade de acareação do secretário de Saúde com a responsável pela Vigilância Epidemiológica, Crislaine Mestre.