O segundo dia de oitivas da CPI da Primeira-Dama resultou em revelações sobre uma reunião de Rosária Mazzini Cunha com uma empresa que participava de licitação, mas também com relatos de erros no decorrer da licitação.
O segundo depoimento tomado, em que falou Bruno Morando, administrador da Esal, os vereadores tomaram conhecimento, por exemplo, de que a administração exigiu das empresas comprovação de que faziam serviço de roçagem de canteiros, algo completamente alheio ao escopo do edital.
A administração buscava contratar terceirizada ao custo de até R$ 53 milhões para dar destinação aos resíduos da construção civil e restos de podas de árvores.
O administrador relatou à CPI que pediu para a comissão de licitações a remoção da exigência, mas não obteve sucesso. Outros questionamentos tiveram objetivo de facilitar o cálculo de custos da operação e pediram a retirada de item que previa à vencedora a realização de fiscalização.
O empresário reclamou, ainda, o fato de a Prefeitura ter exigido, já com a concorrência em andamento, que as participantes tivessem terreno para realizar aterro dos resíduos.
“É muito caro de demorado o licenciamento de uma área. Não só a procura por uma área, como as taxas e prazos da Cetesb. É um processo que demora mais de ano”, afirmou.
Dono da AMX, Gustavo Azevedo reverberou as críticas à exigência de se ter um terreno para a destinação dos resíduos da construção. Para ele, as práticas mais modernas e ambientalmente corretas de manejo resultam em poucos resíduos, pois grande parte do material é reciclado.
“O edital é bem confuso, mas alguns itens do termo de referência cita o beneficiamento, que é o mais lógico hoje em dia. Aterro é a última opção dos municípios”, relata.
Segundo a CPI, a empresa Coprosan não enviou representante para prestar depoimento.