Em fala dura, o vereador Azuaite Martins de França (Cidadania) opinou sobre a dificuldade de seus colegas em intimarem o prefeito Airton Garcia (UB). Para ele, se os integrantes da Comissão Processante “não encontram o prefeito é porque ele não existe”.
Azuaite questionou o paradeiro do prefeito de São Carlos durante a sua fala na sessão ordinária da Câmara Municipal na terça-feira (2). Até ontem, os vereadores tentaram por 25 vezes encontrar o prefeito.
“Onde ele está? Na casa dele? Está na Prefeitura, nas ruas? Em um estúdio fotográfico? Em hospital? Onde está esse prefeito?”, indagou.
Para Azuaite, o prefeito de São Carlos “não aparece porque tem medo”. “E tem medo porque deve”. “E quem defende quem tem medo deve temer também ou deve estar comprado”, opinou.
O parlamentar prosseguiu afirmando que Airton “não prefeita”. “A cidade precisa de um novo prefeito, uma nova ordem. Não investigar significa jogar sombra na dúvida sobre o prefeito municipal”.
Na opinião do vereador, Airton deveria ser o primeiro a dizer “eu não tenho nada a ver com isso”.
“[Ele deveria dizer] não sou culpado, sou inocente nessa questão. Investiguem bastante para vocês me darem o documento da minha honestidade. É isso que um prefeito sério deve fazer numa situação como essa”, declarou.
Queimou pontes
Azuaite deu sua opinião sobre as exonerações em massa que ocorreram na Prefeitura na semana passada. Mais de 20 comissionados, entre eles, cinco secretários municipais e dois presidentes de fundações foram demitidos. Para o parlamentar, Airton “queimou pontes”.
“Hoje esteve aqui o dr. Edson Fermiano, que pediu exoneração. Era a principal pessoa de contato com a Câmara Municipal”, disse o parlamentar, que completou dizendo que espera que a administração apresente um novo nome da articulação, “com poderes de diálogo”.
Prefeito investigado
O mandatário é acusado de negligência com os interesses e erário público e com o decoro do cargo. O processo foi solicitado por uma moradora e aprovado no dia 26 de julho.
Airton será investigado por ter pago supostamente mais de R$ 300 mil em aluguéis para um terreno de propriedade da família do político Júlio Cesar Pereira de Souza. Processo movido pelo Ministério Público está em tramitação na Justiça.