O Ministério Público Eleitoral determinou à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar o vereador Paraná Filho (PP) por violência política de gênero.
Em ofício enviado à Polícia Federal, o promotor eleitoral Mário José Corrêa de Paula pediu à PF a transcrição oficial das falas do vereador em duas sessões da Câmara Municipal, assim como perícia para apurar se não houve edição e se os vídeos publicados pelo canal oficial do legislativo no Youtube são autênticos.
O caso foi enviado à PF devido ao fato de a Justiça Eleitoral ser federal, apesar de na primeira instância juízes e promotores que desempenham as funções serem ligados à Justiça Estadual.
O vereador foi denunciado à Justiça Eleitoral após agressões verbais durante sessões da Câmara. O parlamentar se dirigiu à vereadora do PT com falas agressivas, jocosas e com referência a animais. Assista aqui.
“É um discurso permeado de misoginia e comparação a vaca, galinha. Ele sempre tenta ir para a briga e cercear o meu direito de fala”, afirmou a vereadora ao acidade on na época.
O que diz Paraná Filho?
Paraná Filho afirmou que “não tem conhecimento” da investigação, mas está “totalmente tranquilo, pois, não ocorreu qualquer violência política, muito menos de gênero. A Vereadora se vale mais uma vez do vitimismo para esconder a hipocrisia que lhe é peculiar”.
“Falas criminosas”
Em queixa-crime apresentada à Justiça Eleitoral, Raquel Auxiliadora afirma que Paraná Filho “proferiu falas criminosas”.
Entre as citações estão: “Sem ser machista, gostaria que a senhora fosse homem hoje, eu ia descer aqui, não sei o que eu ia fazer exatamente com esse papel aqui”.
Em um “ato falho”, Paraná Filho quase se referiu à vereadora como “cara de vaca” em plena sessão da Câmara de São Carlos. Ao ser confrontado, afirmou que “jamais imputaria isso às coitadas das pobres vaquinhas”.
“Cara de vaca eu jamais chamaria a senhora, até em respeito aos animais”.
Na notícia-crime, a vereadora afirmou que a violência de gênero “é reflexo alarmante da desigualdade existente na política e profundamente enraizada na sociedade”.
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