A instalação de uma praça de pedágio na Rodovia Washington Luís (SP-310), entre São Carlos, Ibaté e Araraquara, foi tema de uma audiência pública na tarde desta quinta-feira (11), no Centro Nacional Inn de Convenção (Cenacon), em São Carlos (SP). O evento contou com a participação de políticos de toda a região e da população.
POSSÍVEL TARIFA DO PEDÁGIO E INVESTIMENTOS
O diretor-geral da Artesp, Milton Persoli, apresentou uma projeção de R$ 3,5 bilhões em investimentos para a região São Carlos (veja foto do slide abaixo).
Além disso, explicou que o estudo inicial prevê a divisão do valor pago atualmente no pedágio entre Araraquara e Matão, que é de R$ 18,70 em dois. Portanto, a nova praça de pedágio deve ter uma tarifa em torno de R$ 9.
A previsão para terminar o estudo e definir se o trecho receberá ou não pedágio é o primeiro trimestre de 2022, segundo Persoli.
MANIFESTAÇÕES
Durante a fala do diretor-geral da Artesp, algumas pessoas e políticos presentes protestaram contra a possível instalação do pedágio.
O vereador Ubiraja Teixeira (PSD) levou uma faixa com os dizeres “já disse: pedágio não” e ficou ao lado do telão onde estava sendo exibidos slides sobre os investimentos que a cidade receberia com um novo contrato de concessão deste trecho da SP-310.
“Vocês assaltam o cofre pegando o dinheiro dos trabalhadores. Muita gente queria estar aqui, mas está trabalhando e estamos aqui os representando. Um pedágio numa distância dessa é um assalto”, afirmou Bira.
AUSÊNCIA AIRTON GARCIA
O prefeito Airton Garcia (PSL) não participou da audiência pública porque tinha hemodiálise no horário do encontro. Segundo o vice-prefeito Edson Ferraz (MDB), o prefeito realiza sessões às terças, quintas e sábados.
SEM CONVERSA COM DORIA
Ainda de acordo com Ferraz, ele e o prefeito ainda não conversaram com o governador João Doria sobre a instalação da praça de pedágio. “Nós estamos tratando via essa audiência proposta pelo vereador Roselei Françoso (…). Mas, diretamente com o governador, nós não tivemos essa oportunidade ainda. Vamos solicitar e tentar fazer essa conversa com ele”, explicou.
SÃO CARLOS QUER RODOVIAS MELHORES, MAS NÃO PEDÁGIO
O vice-prefeito também afirmou que o mínimo que os políticos têm que fazer é pressão e defender o seu povo.
Além disso, explicou que é um programa do governo estadual instalar 10 pedágios no estado de São Paulo. “O estudo é feito onde tem viabilidade econômica, onde existe o fluxo de trânsito, onde existe uma quantidade grande de veículos passando. Então, nós passamos para ele que o nosso posicionamento é contrário, porque os pedágios que têm já são o suficiente”, disse.
“Nós não poderíamos deixar de cobrar o diretor da Artesp daquilo que tem ser feito na cidade de São Carlos. A questão das alças de acesso ao Jardim Tangará, as alças de acesso do Jockey Clube, do Jardim Paulistano. Existe um crescimento muito grande, novos bairros sendo construídos e as vias de acesso continuam as mesmas”, complementou Edson Ferraz.
MANDA O RECADO: “NÃO QUEREMOS PEDÁGIO”
Com todos os presentes contrários ao novo pedágio na Rodovia Washington Luís, o diretor-geral da Artesp, Milton Persoli, recebeu diversos recados de políticos de São Carlos, Araraquara, Ibaté e outras cidades da região para levar ao governador João Doria.
A vereadora Neusa Golineli (Cidadania) disse que o governo de SP está querendo assaltar o povo e afirmou: “Para de viver às custas do povo. É isso que a gente gostaria (…). Se montar, eu estarei lá para quebrar”.
Após elogiar a união dos políticos e da população da região contra essa proposta, a vereadora Raquel Auxiliadora lamentou que “no pior momento da economia brasileira, na pior inflação dos últimos 25 anos, que o Bolsonaro está entregando para nós, o governo Doria dá mais esse presente, que é aumentar o custo de vida da nossa população”.
“Nós temos que dizer ao governador, as três Câmaras diretamente afetadas, e que representam a totalidade de seu povo, são contra esse pedágio”, afirmou Roselei Françoso (MDB), presidente da Câmara de São Carlos, no encerramento da audiência pública.
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