No terceiro mandato como vereador na Câmara Municipal de São Carlos (SP), Roselei Françoso (MDB) conquistou, unindo direita e parte da esquerda, a presidência da Câmara Municipal. Com 19 votos a favor, uma abstenção e um contrário, foi eleito na manhã desta sexta-feira (1º) a chefia do Poder Legislativo.
Em tempos pandêmicos, numa cidade que sofre com o baque econômico imposto pela pandemia de Sars-CoV-2 e vive às voltas com assíduas enchentes, propôs unificar discursos para o enfrentamento do pós-2020.
Em entrevista à CBN São Carlos, o novo presidente da Câmara disse querer trabalhar lado a lado com o Executivo, representado por Airton Garcia (PSL). Apesar da proximidade com o mandatário de São Carlos o que inclusive suscitou desconfiança do PSOL de Djalma Nery ele prega independência.
“Autonomia é um requisito constitucional. Temos que buscar permanentemente dialogar com o Executivo, mas isso não quer dizer que vão ditar as regras da Câmara”, observa.
Dentro do próprio Legislativo, em meio a vaidades, humores, interesses, ideologias e discordâncias, Françoso quer buscar o diálogo entre diferentes, algo que tem faltado no Brasil nos últimos anos.
“Eu pretendo respeitar a posição política de cada parlamentar. Eu transito muito tanto na direita quanto na esquerda. Comecei a minha vida política na esquerda e tenho um relacionamento muito bom com todos os partidos e isso fará com que nós busquemos a autonomia desejada. Queremos ter uma unidade, mas respeitando sempre os pontos de vista”, comenta.
Para o vereador, a vivência em diferentes comissões permanentes, como a de Finanças, Justiça ou Educação possibilitou a ele o conhecimento aprofundado do funcionamento da Câmara Municipal.
“Conversei com os vereadores e vemos a necessidade de ter uma Câmara mais aberta à população, ainda que neste período triste (de distanciamento) de pandemia, para buscar soluções para garantir uma participação popular nos temas políticos da cidade”, frisa.
Essa participação popular pode se dar de formas diferentes. O presidente afirmou ter o sonho de colocar de pé a TV Câmara, ferramenta de divulgação de trabalhos legislativos, e até um plenário maior para poder abrigar público maior. Ambas propostas, de custos consideráveis.
Outras questões mais urgentes, como pandemia e enchentes devem dominar as discussões ao longo de 2021 no Legislativo. Num acordo pluripartidário ficou combinado entre os vereadores uma “vaquinha” de emendas parlamentares para arrecadar R$ 1 milhão para a construção de um piscinão na Vila Prado.
“Se cada vereador contribuir com cerca de R$ 50 mil, nós conseguiríamos disponibilizar esses recursos. Isso é uma gota num oceano. O que pretendemos de fato é promover grandes debates para obter soluções da micro drenagem, a questão do planejamento, caso contrário não vamos conseguir chegar a uma solução em momento algum”, avalia.