Depois de uma reclamação pública em rede social do secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Dhony de Oliveira Souza, Paraná Filho, o prefeito Airton Garcia (PSL) decidiu reabrir as unidades do Restaurante Popular.
Pela manhã, o titular e vereador licenciado fez um vídeo reclamando da situação. Quem se dirigiu às unidades do Restaurante Popular se deparou com mensagem afixada no portão informando que “por ordem do Sr. Airton Garcia Ferreira” os locais foram fechados.
“Estou aqui no Restaurante Popular do São Carlos VIII para fazer uma coisa triste que jamais pensava em fazer que é colar os cartazes (dizendo que) está fechado por ordem do prefeito, obviamente por influência do Comitê de Crise”, comenta.
Segundo o secretário, em tempos de pandemia de Covid-19 e crise econômica, as unidades do restaurante “jamais deveriam fechar”. “É uma incoerência, um absurdo, uma crueldade que a administração pública municipal está fazendo”.
“Mas a maior (das chateações) é essas pessoas chegarem aqui para comer e serem comunicadas (do fechamento) somente na hora em que estão aqui, porque a Secretaria de Comunicação é incompetente o bastante para nem a avisar”, dispara.
Paraná Filho ainda pediu para que o prefeito reconsiderasse a decisão de fechar os restaurantes, reabrindo-os já na terça-feira (30). O secretário ainda “abriu microfone” para que pessoas criticassem seu chefe.
“A gente já não tem o salário devido. Levamos a vida nessa situação. Agora tenho R$ 4, pergunte ao prefeito onde é quem vou comer”, questiona um usuário do restaurante, emendado por Paraná Filho: “Exatamente, prefeito Airton, Edson Ferraz (vice) como é que ele vai comer com R$ 4. Onde é que tem um restaurante aqui na cidade que serve uma marmitex com R$ 4. Então fica aí para vocês falarem. Revoltante. Revoltante a postura da Prefeitura Municipal de São Carlos”, critica.
Em entrevista à CBN, o secretário afirmou que o decreto causou prejuízos aos restaurantes e outros serviços como o fornecimento de café da manhã a servidores públicos da UPA, Guarda Municipal, Garagem Municipal, além de paralisar a distribuição de alimentos para entidades assistenciais por meio do Banco de Alimentos.
“Todos esses serviços foram suspensos por conta desse decreto desastroso que foi publicado pela Prefeitura Municipal de São Carlos sem sequer ouvir a mim que sou o secretário de Agricultura que sei das necessidades e demandas da secretaria”, afirma.
O secretário informa haver o risco de perder mais 3 toneladas de produtos perecíveis que estão na secretaria que seriam usados no decorrer desta semana, nos restaurantes, café da manhã de servidores e distribuição a entidades. Mais de 1.800 refeições deixaram de ser distribuídas.
“Hoje eu calculo mais ou menos meia tonelada de alimentos. Se isso persistir até o final desta semana, nós teremos uma perda de mais ou menos 3.000 kg de produtos. É cebola, polpa de fruta, carne que estava descongelando para ser usada hoje e uma vez que é descongelada não pode ser congelada novamente, seguindo as orientações da Vigilância Sanitária. Vamos ter uma perda gigantesca.”
“Se houvesse uma paralisação programada, pelo menos, teríamos tido tempo para utilizar os produtos para não perder”, comenta.
Paraná Filho ainda afirmou que falta comunicação e que “um secretário não fala com o outro”. “O Comitê de Crise toma uma decisão sem comunicar as partes que seriam afetadas”.
Segundo o secretário, “a Secretaria da Comunicação não comunicou a população que hoje não teria o funcionamento dos restaurantes populares”.
Em nota, a Prefeitura de São Carlos afirmou que o prefeito Airton Garcia determinou que o Departamento de Abastecimento cumpra com as suas atividades, “independente da publicação do Decreto 166, de 26 de março de 2021, para que o rápido possível essas refeições cheguem na mesa de quem mais precisa nas 3 unidades do Restaurantes Populares do São Carlos VIII, Antenor Garcia e Cidade Aracy.”
Em outro comunicado, a Prefeitura e a Secretaria de Comunicação disseram que o decreto mencionado pelo secretário “permite a convocação de servidores para cumprimento de atividades emergenciais, como por exemplo, as atividades do Dep. de Abastecimento”, “com dimensionamento coerente para o momento, para que não haja qualquer desperdício de alimentos como também o atendimento junto a população mais vulnerável”.
