São Carlos precisaria de um novo ‘efeito Anitta’ sobre os adolescentes para ter a primeira eleição de dois turnos para prefeito em 2024.
O município encerrou 2023 com 195.013 eleitores, soma distante do ‘número de ouro’ para a realização do pleito em duas fases.
A Lei Eleitoral determina que somente têm pleitos em dois turnos municípios com mais de 200 mil eleitores. Na última eleição municipal, 95 cidades brasileiras – 28 das quais paulistas – alcançaram o mínimo que possibilita a segunda rodada entre os dois mais votados.
No ano passado, São Carlos começou janeiro com 193.731 eleitores e encerrou dezembro com 195.018 alistados. Foram 1.287 cadastrados ao longo de 2023.
Para chegar aos 200 mil eleitores mínimos, o município deverá alistar 4.982 pessoas junto à Justiça Eleitoral. E o prazo é curto, uma vez que o sistema será fechado em 8 de maio, data que marca os 150 dias faltantes para as eleições.
Para se ter uma noção do desafio, São Carlos teria que cadastrar em cada um dos próximos quatro meses volume de eleitores próximo ao feito ao longo do ano passado.
‘Efeito Anitta‘
Em 2020, São Carlos obteve o maior número de eleitores alistados desde 2009, com 5.785 novos cadastrados.
O chamado ‘Efeito Anitta’ fez subir em 31% a procura nos cartórios eleitorais do país por jovens – sobretudo adolescentes – para tirar o título de eleitor.
Na Capital da Tecnologia, o efeito da cantora pop brasileira fez saltar o total de eleitores menores de 18 anos. Em 2020, última eleição local, a soma era de 444; em 2022, quando houve eleição presidencial, de 1.660.
Já no fim do ano passado, véspera de ano de eleições municipais, o total de alistados com menos de 18 anos era de 878, praticamente a metade do contabilizado quando houve o ‘Efeito Anitta’.
O último Censo realizado pelo IBGE em São Carlos, cujos números foram divulgados a pouco, joga luzes sobre o possível tamanho do eleitorado com menos de 18 anos que poderiam se alistar junto à Justiça Eleitoral.
A contagem casa a casa feita pelo IBGE ao longo do ano passado mostrou que São Carlos possuía 2.975 adolescentes com 16 anos e 3.152 com 17 anos. As duas faixas somadas totalizam 6.127 pessoas.
Só que esse contingente não se traduz em eleitores na mesma faixa etária ao comparar com os dados da Justiça Eleitoral. O TSE contabiliza apenas 108 eleitores com 16 anos e 770 com 17 anos cadastrados em seu sistema.
Para chegar no ‘número mágico’, na prática, todos os 5.249 adolescentes sem título deveriam se alistar junto à Justiça Eleitoral. O total potencial pode ser ampliado ao se levar em consideração que adolescentes de 15 anos que tenham completado 16 até a data da eleição podem requisitar o documento.
Com os garotos e garotas, São Carlos superaria, em tese, os 200 mil eleitores necessários para o segundo turno.
Mudança de domicílio
Outro fator pode ajudar o município a chegar mais rápido aos 200 mil eleitores, como a transferência de domicílio eleitoral de pessoas que já vivem em São Carlos, mas que votam em suas cidades de origem.
A soma de pedidos de voto em trânsito por parte de eleitores de fora que estavam em São Carlos nas últimas eleições presidenciais dá uma ideia do tamanho deste contingente. Em 2022, pouco mais de 1.700 pessoas solicitaram o uso de urnas eletrônicas locais para registrar seus votos a presidente.
Essa possibilidade de voto em trânsito não é possível em eleição municipal. Por ventura, eleitores que queiram exercer o ato de cidadania terão de se deslocar até seus domicílios eleitorais ou então transferir seus títulos para São Carlos e votar aqui mesmo.
O prazo para a mudança de endereço ou registro de novos eleitores termina em 8 de maio. As requisições podem ser feitas no site da Justiça Eleitoral.
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