Um projeto de lei para autorizar a Prefeitura de São Carlos a contratar uma empresa por R$ 250 mil para trocar o telhado da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Redenção, atingida por uma árvore no dia 5 de fevereiro, gerou discussão entre os vereadores na sessão desta terça-feira (15).
Usando a tribuna da Câmara, o vereador Gustavo Pozzi (PL) explicou ter cobrado urgência da prefeitura para iniciar as obras no local, já que os servidores precisam enxugar o chão da UBS antes de iniciar o atendimento da população em dias de chuva. “Ontem eu fui lá na UBS, porque eles estão cortando a última árvore para evitar que caia outra árvore em cima do telhado, e os funcionários da UBS estavam enxugando o chão, porque na noite passada tinha chovido”, disse.
Por conta disso, pediu que os outros parlamentares aceitassem votar o processo enviado pelo Executivo em regime de urgência, ou seja, sem antes ser analisado pelas comissões temáticas do Legislativo. “A árvore que faltava ser retirada foi retirada hoje, então a UBS está pronta para receber a reforma necessária”, explicou Pozzi.
Porém, em reunião realizada na última quinta-feira (10), 13 dos 21 vereadores, incluindo o presidente Roselei Françoso (MDB), decidiram não colocar mais em pauta projetos em tramitação de urgência enquanto o prefeito Airton Garcia (União-SP) não participar de uma reunião na Câmara Municipal com os parlamentares.
O ofício com esse convite de reunião para o prefeito foi aprovado pelos 21 vereadores na sessão de hoje. Segundo o documento, Airton Garcia poderá definir a data e o horário do encontro no período entre 15 e 31 de março.
Sem conseguir as assinaturas necessárias para que o projeto pudesse já ser votado na sessão de hoje, Pozzi usou a tribuna para criticar os colegas: “O vereador Elton foi lá, cobrou agilidade. Eu pedi urgência, o vereador Elton pediu na rede social também urgência. E agora não serve para urgência. A Comissão de Saúde, meu amigo Lucão, também não viu urgência”.
“Isso não foi um boicote à prefeitura, porque eu estava trabalhando nesse processo. Eu entendo que isso foi um boicote ao trabalho que eu estava realizando”, complementou Pozzi.
Em sua defesa, Lucão Fernandes (MDB), que é o presidente da Comissão de Saúde, disse que não teve a intenção de boicotar o trabalho de Gustavo Pozzi. “Essa palavra não existe no meu dicionário. Boicote com o senhor, principalmente. Isso jamais. Agora, transferir para cá responsabilidades que não são nossas, aí não dá”, afirmou.
“A única coisa que a gente está pedindo é que passe pelas comissões para a gente dar uma avaliada”, complementou o vereador do MDB.
Já o vereador Elton Carvalho (Republicanos), também citado por Pozzi, ressaltou que existem diversas outras unidades de saúde com problemas na cidade e, por conta disso, é necessário respeitar o acordo feito pelos vereadores de que os projetos passem primeiro pelas comissões antes serem votados. “Me sinto muito tranquilo em não assinar essa urgência e passar pela comissão para a gente votar numa próxima, porque não é uma, não são duas, são praticamente todas as unidades de saúde que precisam de reforma”, disse.
QUEBROU O ACORDO?
Quem também ficou ofendido pela fala de Pozzi foi o vereador Ubiraja Teixeira (PSD), que acusou o parlamentar do PL de quebrar acordo firmado pela maioria dos vereadores em relação aos processos de urgência. “Você desmereceu 13 pessoas que firmaram o contrato lá dentro (…). Houve um acordo lá que você participou, e foi um dos mais incisivos em cima da gente: para segurar, para as coisas andarem. Tentar conversar e trazer o prefeito para a gente ajudar a melhorar tudo”, disse.
“Vou lutar junto com você para todas as UPAs, não só a da redenção, de todos os bairros”, complementou Bira.