A situação da educação municipal foi mais uma vez assunto durante a sessão de terça-feira (12) na Câmara Municipal de São Carlos. Revoltados, vereadores falaram sobre os diversos problemas que circundam as salas de aula por falta de gestão da Secretaria Municipal de Educação (SME).
Em sua fala, o vereador Bruno Zacheta (PL) destacou a falta de professores na EMEB Carmine Botta, que nesta semana está sofrendo com 80 aulas sem docentes titulares, e apontou outras unidades com a carência de educadores, entre elas EMEB Dalila Galli e CEMEIs João Baptista Paino e Helena Dornfeld.
“Não dá mais para ficar tratando desse assunto, nós precisamos de solução. Não podemos assistir calados que não temos professores e não estamos nos mexendo. Não dá para aceitar isso. Nós cobramos, e agora? E a medida efetiva? Como docente e professor, sei a falta que faz uma aula”, disse.
Ele também citou a má qualidade de materiais esportivos que estão sendo utilizados na recreação oferecida pela Emeb Vicente Rocha Keppe, na região do Santa Felícia.
“Como jogam futebol com uma bola assim? As bolas todas furadas, as redes todas rasgadas, esse é o incentivo para a recreação? É dessa forma que estamos incentivando nossas crianças? Quando vi isso, fiquei muito chateado. É um trabalho muito bonito feito na Emeb, mas nunca vi nenhum mecânico trabalhando sem ferramenta”, completou.
O vereador Sérgio Rocha (PTB) relatou ter sido procurado por pais que reclamaram de areia contaminada em parquinhos de unidades escolares. “Recebi várias reclamações de mães, areia com fezes de gato e rato, crianças com alergias, brincaram na areia e o corpo todo empelotado. É complicado, e várias escolas estão com problemas assim”, comentou.
Desigualdade social
Em seu tempo de tribuna, o vereador Gustavo Pozzi (PL) também reforçou a necessidade de um estudo para saber quantos professores são o suficiente para atender a demanda da rede municipal e pediu pela contratação de profissionais urgentemente.
“Já basta dois anos de pandemia, e agora esse problema de falta de professor na rede pública, aumentando assim o abismo educacional dos alunos, e se comparar com a rede privada, nós estamos criando desigualdade social, porque temos na cidade pessoas que podem pagar para o seu filho ter aula, e quem não tem condições infelizmente está sendo abandonado no seu desenvolvimento intelectual”, disse.
Complementando sua fala, a parlamentar Raquel Auxiliadora (PT) alertou que para saber qual o número ideal, é preciso que a SME saiba quantos hoje atuam na rede. “Gostaria de informar que eu estava verificando alguns requerimentos da Secretaria, e pasme, no mesmo requerimento a Secretaria da Educação nos dá dois números de quantidade de professores. Para começar a calcular, a educação precisa começar a saber quantos professores tem na rede hoje”, ressaltou.
Retorno da prefeitura
Em relação à falta de professores, a prefeitura manteve seu retorno divulgado sobre a situação da Emeb Carmine Botta (clique aqui e acesse). Na Emeb Dalila Galli, segundo a administração, falta um professor de matemática que foi chamado e não assumiu a vaga.
Sobre a denúncia de areia contaminada, a prefeitura disse que a Zoonoses foi chamada, uma vez que os animais ficam em uma residência vizinha que abriga gatos que invadem a caixa de areia, e complementou que o material foi trocado.
Já sobre o material esportivo, informou que a diretora da Unidade Escolar precisa solicitar no Almoxarifado/SME a troca. Se não houver, ela pode solicitar ao Departamento Administrativo Financeiro (DAF) que providencie a compra.
