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PolíticaVice de Doria, Rodrigo Garcia troca DEM pelo PSDB de olho em candidatura ao Governo de SP

Vice de Doria, Rodrigo Garcia troca DEM pelo PSDB de olho em candidatura ao Governo de SP

Filiação de Rodrigo Garcia nesta sexta dificulta candidatura de Alckmin; Doria pregou renovação

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Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo (foto: Reprodução / Facebook)

 

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, 47, deixou o DEM e assinou sua ficha de filiação ao PSDB nesta sexta-feira (14), em um evento presencial num hotel da zona sul da capital, com a presença dos principais líderes do PSDB.

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A chegada de Garcia ao partido -movimento costurado pelo governador João Doria (PSDB), que pretende lançar o vice à sua sucessão no ano que vem e ser candidato a presidente- é um revés para Geraldo Alckmin, que também almeja disputar o Governo de São Paulo pelo PSDB. O ex-governador não compareceu.

Segundo aliados de Alckmin, ele conversa com outros partidos, como PSD, PSB, Podemos e PSL, que têm interesse em lançá-lo candidato ao Palácio dos Bandeirantes e estuda se deve deixar ou não o PSDB. Outra consequência da migração é a ampliação da indisposição do presidente do DEM, ACM Neto, com Doria.

O ato reuniu cerca de cem pessoas e, devido à pandemia, teve participação de tucanos também pela prataforma Zoom. As cadeiras foram colocadas de modo espaçado e os presentes usavam máscara -ainda assim, houve rodinhas de conversa, com cumprimentos e abraços entre políticos.

Estavam presentes na cerimônia, além de Doria, o presidente do PSDB, Bruno Araújo; o tesoureiro do PSDB, Cesar Gontijo; o ex-senador José Aníbal (SP); o presidente da Assembleia de SP; Carlão Pignatari; o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando; deputados federais e estaduais e os presidentes do PSDB estadual, Marco Vinholi, e municipal, Fernando Alfredo.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que está afastado do cargo para tratamento de câncer, não compareceu, mas recebeu a visita de Garcia no hospital na quinta-feira (13) e assinou sua ficha de filiação.

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“O momento do Brasil demanda de todos nós espírito público, unidade, agregação. Somar e não dividir. Não deixar nenhum interesse pessoal sobrepujar o interesse coletivo. Receber em nossos quadros o vice-governador Rodrigo Garcia sinaliza exatamente isso. […] Foi aliado do meu avô, foi aliado de Geraldo Alckmin, foi aliado de Serra. […] Nada mais natural do que se juntar a nós nessa caminhada”, afirmou Covas em discurso enviado ao evento.

Vinholi afirmou que o PSDB fez uma convocação a Garcia e ressaltou a renovação e a união do partido -espécie de resposta velada ao racha com Alckmin. “O Rodrigo entra no PSDB pela porta da frente”, disse Alfredo.

Participaram ainda políticos do PSL, Solidariedade, MDB e PP. Em isolamento, os senadores paulistas José Serra e Mara Gabrilli e o ex-senador Aloysio Nunes enviaram representantes ao evento.

Aníbal e Covas fizeram críticas ao governo de Jair Bolsonaro em suas falas. O prefeito afirmou que o presidente “vem desdenhando da vida e da saúde dos brasileiros”. O ato teve mais de 20 discursos de tucanos.

Para demonstrar que Garcia é bem-vindo no PSDB, houve uma reunião, na quarta (12), entre o vice e dirigentes regionais do partido da capital e, na quinta, um jantar com a cúpula tucana do estado.

“Diante de uma crise de quadros no país, a chegada de Garcia é uma grande aquisição. É raro alguém que tenha a experiência no Executivo em distintas pastas e a qualidade política que ele tem”, afirmou Araújo à reportagem. Seu discurso foi repleto de elogios a Garcia e Doria.

De acordo com tucanos próximos a Alckmin, o ex-governador ficou sentido com o apoio de Covas a Garcia. O prefeito era tido como o fiel da balança na disputa interna entre o vice e o ex-governador.

Aliados de Alckmin defendem que o partido realize, então, prévias entre ele e Garcia. A mais de um ano antes da eleição, o cenário, contudo, é incerto. Doria já admitiu, por exemplo, concorrer à reeleição.

O governador marcou 3% de intenções de votos na pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira –atrás de Lula (PT, com 41%); Bolsonaro (sem partido, com 23%); Sergio Moro (sem partido, com 7%); Ciro Gomes (PDT, com 6%) e Luciano Huck (sem partido, com 4%).

O principal plano de Doria ainda é deixar o governo até abril para concorrer ao Planalto. Garcia assumiria e concorreria à reeleição em 2022. Caso não seja candidato a presidente nem a reeleição, Doria pode abrir caminho para que Garcia assuma o Palácio dos Bandeirantes ainda em 2022 ou pode completar o mandato e lança-lo à sucessão.

De qualquer forma, a filiação de Garcia é vista entre os tucanos como uma forma de Doria barrar a candidatura de Alckmin para viabilizar seu projeto de poder. O governador sugere que Alckmin seja candidato a senador, mas José Serra (SP) pretende concorrer à reeleição.

Para Doria, considerando sua potencial candidatura nacional, é importante manter em São Paulo um palanque que lhe seja fiel, como seria a candidatura de Garcia. As relações entre Alckmin e Doria estão estremecidas, e portanto há dúvida da disposição do ex-governador em fazer campanha em São Paulo para que o atual chegue ao Planalto.

Entre aliados do ex-governador, essa movimentação é descrita como uma precipitação e uma traição -considerando que Alckmin lançou Doria na vida pública e teve Garcia como secretário por dois mandatos. Críticos de Doria dizem que, mais uma vez, sua inabilidade política deixou feridas no partido.

No entanto, também há entre tucanos a opinião de que Alckmin não deveria pleitear mais uma vez o cargo que já ocupou por quatro mandatos e que é preciso buscar renovação.

As expectativas estão voltadas para a decisão do ex-governador. Parte dos aliados defende que ele não deixe o partido do qual é fundador e afirmam ser difícil encerrar um casamento de mais de 30 anos. Além disso, ponderam que sua eventual candidatura em outra sigla teria que enfrentar Garcia, que terá o apoio da máquina da administração.

Outros tucanos, também ouvidos pela reportagem de forma reservada, pregam uma reação de Alckmin e consideram que houve desconsideração não só com sua história, mas com seu potencial eleitoral, dado que ele aparece bem em pesquisas no estado.

Alckmin mantém conversas com uma série de partidos, como mostrou o jornal Folha de S.Paulo. Uma opção é aderir ao PSD, de Gilberto Kasssab, ou ao PSB, de Márcio França, que foi seu vice, e repetir a chapa. O DEM também demonstrou interesse em filiar o ex-governador.

A saída de Garcia provocou abalos no DEM, que vive uma crise com as desfiliações também do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e do deputado Rodrigo Maia (RJ), que vão para o PSD.

A ala estadual do partido em São Paulo mantém o apoio a Doria e Garcia, apesar da expectativa frustrada de que o atual governador apoiasse seu vice em uma candidatura ao Bandeirantes lançada pelo DEM.

Desde 2002, o DEM (antigo PFL) compõe a coligação vitoriosa do PSDB ao Governo de São Paulo. A aliança nacional entre os dois partidos vem desde 1994.

Como o presidente do DEM em São Paulo, deputado federal Alexandre Leite, já disse à Folha de S.Paulo, Garcia, ao migrar, faz “um sacrifício que merece respeito”. “Garcia está indo cumprir uma missão para o DEM e pessoalmente para o Doria, resolver um problema de composição do Doria, que, se não for resolvido, vai prejudicar o DEM”, afirmou.

Já no nível nacional, a pressão de Doria pela filiação de Garcia gerou atritos com ACM Neto. Entre membros do DEM, a avaliação é de que o partido não deve apoiar o tucano caso ele venha a disputar o Planalto.

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