O Brasil tem mais de 500 tipos de solo e o Mapa de Potencialidade Agrícula Natural das Terras do Brasil, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que 29,6% tem bom potencial e 2,3% tem muito boa potencialidade para o desenvolvimento agrícola. Ainda, segundo o estudo, 33,5% apresentam potencialidade moderada, com problemas que podem ser facilmente corrigidos. Os terrenos com restrições mais significativas representam 21,4% do território nacional, enquanto 11% têm restrições muito fortes ao uso agrícola.
O estudo interpreta o potencial natural dos solos para a agricultura, a partir do mapeamento do IBGE. Os recursos naturais, o solo e o relevo são levados em consideração, classificando os diferentes tipos de solos pelas características como textura, pedregosidade, rochosidade e erodibilidade, para definir se a terra tem potencialidade ou restrições ao desenvolvimento agrícola.
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O analista da pesquisa, Daniel Pontoni, destaca que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o que demonstra a importância da publicação, que é inédita. “Buscamos entender melhor o potencial agrícola do solo do Brasil e suas limitações, fazendo uma análise não indicativa de uso, mas interpretativa do solo e do relevo”.
Os locais com potencialidade moderada são as que têm relevos ligeiramente acidentados e que exigem adequações para a agricultura, mas que são relativamente fáceis de serem corrigidos. As áreas com restrições significativas têm relevos mais acidentados, com problemas de fertilidade e restrições de profundidade, o que pediria ações mais complexas de manejo agrícola e uma agricultura especializada adaptada.
Já a classificação de áreas com restrições muito fortes ao uso agrícola indica locais com declividade muito acentuada, a presença de sais indesejáveis ou restrições importantes de profundidade, o que exigiria ações muito significativas e intensivas para tornar a terra adequada ao plantio.
Pontoni explica que também foram classificadas assim as áreas de preservação ou conservação em função da fragilidade do ambiente. “São locais onde a agricultura pode levar à degradação”, afirma.
O analista destaca ainda que o mapa não traz detalhamento local, apenas regional, e que não foram levadas em conta as atribuições legais de áreas como, por exemplo, as unidades de conservação do meio ambiente ou os territórios indígenas ou quilombolas. “As áreas que possuem algum enquadramento ou atribuição legal devem ser respeitadas de acordo com as leis estabelecidas”, ressalta o analista.
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