Você sabia que o Brasil tem mais boi do que gente? Dados do IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que, em 2022, o Brasil tinha, em seu território, 203,1 milhões de pessoas. Já o rebanho nacional possuía 234,4 milhões de cabeças de gado, uma diferença de quase 15,5%.
Os números são resultados de quatro recordes anuais consecutivos no rebanho bovino. O crescimento de 2021 para 2022 foi de 4,3%. “A produção de bovinos vem aumentando, desde 2019, devido aos bons preços da arroba e do bezerro vivo. Houve um processo de retenção de fêmeas para reprodução, devido aos preços mais atrativos. Ainda temos em 2022, uma consequência desse comportamento iniciado no final de 2019. Mas a expectativa é de que a alta dos preços tenha se encerrado em 2022, quando observamos, também, aumento no abate de fêmeas”, aponta Mariana Oliveira, analista da PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal).
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O rebanho bovino nacional cresceu em todas as Grandes Regiões no ano passado. Mato Grosso lidera com 34,2 milhões de cabeças (14,6% do efetivo nacional). Em seguida, está o Pará (10,6%), ultrapassando Goiás (10,4%). No ranking municipal, São Félix do Xingu (PA) manteve a liderança, alcançando 2,5 milhões de cabeças, seguido por Corumbá (MS), com 1,9 milhões; Porto Velho (RO), com 1,6 milhões; Novo Repartimento (PA), com 1,3 milhões; e Marabá (PA), também com 1,3 milhões.
Com exceção de codornas, que registrou uma queda de 8,2%, todos os efetivos animais apresentaram crescimento em 2022, comparado ao ano anterior. Os plantéis de bovinos e suínos aumentaram 4,3% cada um; o de bubalinos 3,0%; equinos, 0,9%; caprinos, 3,9%; ovinos, 4,7%; galináceos, 3,8%; e galinhas, 2,4%.
“Com a demanda interna enfraquecida e poder de compra da população reduzido, a exportação de produtos pecuários, sobretudo as carnes, foi a alternativa adotada para o escoamento da produção. As exportações atingiram um recorde e a China consolidou-se como importante mercado para as carnes, seja ela de frangos, suínos ou bovinos”, analisa Mariana.
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