18 de maio de 2024
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Educador em Ação Especiais

Caixa misteriosa, da professora Thais de Araujo Donofrio, estimula o diálogo criativo e investigativo

Projeto finalista do Educador em Ação foi desenvolvido no CEMEI Aracy Leite Pereira Lopes, com crianças entre quatro e cinco anos

Ela é filha de professores e sabia, desde pequena, que a educação corria por suas veias. Thais de Araujo Donofrio acompanhava os pais em reuniões nas escolas onde eles atuavam e ajudava a confeccionar materiais para as aulas. Quando ganhou uma lousa de presente, passou a estudar usando o objeto e a “ensinar” suas bonecas. “Foi o presente mais legal que ganhei. Até hoje, me lembro da cor, do jeito e até do cheiro desse brinquedo”.

Foi uma espécie de treino para entrar nas salas de Educação Infantil, o que faz há quase 25 anos, e uma inspiração para desenvolver atividades lúdicas. A professora, que leciona no CEMEI Aracy Leite Pereira Lopes, desenvolveu uma das três ideias finalistas do Educador em Ação. A “Caixa misteriosa” brinca justamente com objetos, aguçando os cinco sentidos das crianças.

Realizado com 19 alunos da fase 6 do Ensino Infantil entre quatro e cinco anos e 11 meses , a proposta integra um projeto maior: “Eu, meu corpo, meus sentidos”. Thais e a professora colaboradora Fernanda Geraldo levam para a sala uma caixa de madeira contendo objetos, e as crianças precisam adivinhar o que tem dentro. A intenção é estimular o diálogo criativo e investigativo infantil, sem perder a essência lúdica da aprendizagem.

A família tem um papel importante e complementar nas atividades. Isso porque os alunos podem levar elementos significativos de casa para a elaboração de novos saberes. Dessa forma, os pais e responsáveis compreendem melhor a prática docente. “Porque, na Educação Infantil, não há o ensinar e sim vivenciar e experienciar, sentir… Sendo assim, essa brincadeira é ideal”.

Funciona assim: a cada semana, uma criança leva a caixa para casa e, junto com a família, decide o que colocar nela. Na roda de conversa, a turma tenta adivinhar o que é. Vale balançar a caixa, sentir se o objeto é pesado ou leve, fazer perguntas. “Dependendo das perguntas, as próprias crianças já lançam afirmações ou questões para pensar, por exemplo: se for muito grande, não cabe na caixa; se for bicho de verdade, a gente ouviria”.

Após a revelação, elas têm um momento para explorar o elemento e desfrutar dos diversos sentidos, como o paladar, em caso de alimento, olfato, tato, visão e audição.

De acordo com Thais, também é feito um registro da descoberta por meio de desenhos, pinturas e outras ações. “O registro através de desenho e escrita se faz presente em uma vivência muito simples, mas rica e produtiva, respeitando os direitos da criança pequena. São momentos proporcionados para que se expressem livremente e sintam o mundo ao seu redor, produzindo conhecimento”.

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Valorização
A formação da professora passou pelo Magistério antes da Licenciatura em Pedagogia. Ela ainda fez estágios e monitorias em escolas particulares, e, em 1999, ingressou na rede municipal e se encantou ainda mais pela Educação Infantil. Também teve a oportunidade de trabalhar como diretora do CEMEI Bruno Panhoca, em São Carlos, de 2005 a 2013, o que proporcionou aprendizados que ela carrega até hoje.

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Para a professora, prêmios como o Educador em Ação valorizam a prática docente e permitem à comunidade conhecer um pouco mais do que é feito nas escolas. “Fazer parte desse projeto e ser uma das finalistas é uma honra, porque, de certa forma, representamos os milhares de profissionais da rede que se dedicam todos os dias para a educação de crianças, jovens e adultos de nossa cidade”.

Mais do que correr nas veias, ela prova que a educação transforma mentes.

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