18 de maio de 2024
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Educador em Ação

Propostas da CEMEI Renato Jensen trabalham protagonismo e questões étnico-raciais

A partir de hoje até o final de agosto, você vai conhecer todos os projetos inscritos no Prêmio Educador em Ação, parceria da EPTV Central com a Prefeitura de São Carlos

Inserir as crianças como protagonistas do próprio desenvolvimento é uma forma de dar autonomia para que exercitem características e habilidades importantes. Com o auxílio dos docentes, elas não só irão absorver, mas construir os conteúdos de ensino.

Foi com esse pensamento que a professora Zilmar Maria Dias Mendes, da CEMEI Renato Jensen, desenvolveu o projeto “Conectando com as infâncias”. A ideia surgiu em 2022, a partir da pesquisa de mestrado dela, que tem, como tema, “O protagonismo da criança a partir do uso da fotografia e da organização dos espaços como instrumentos de escuta”.

Na prática, funciona da seguinte maneira: a sala de aula é organizada em diferentes espaços: cozinha, bonecas, sala de estar, espaço de escrita, desenho e construção. Os 24 alunos da turma, de quatro e cinco anos, escolhem em quais ambientes querem brincar, podendo explorar todos. Enquanto isso, Zilmar registra suas impressões e propõe novos desafios a partir do que observa.

Crianças em frente ao mural com memórias da infância: registros feitos em casa

Fotografias
A partir de hoje até o final de agosto, você vai conhecer, à exceção dos finalistas, que já foram tema de reportagens aqui no site, todos os projetos inscritos na edição 2023 do Prêmio Educador em Ação, projeto da EPTV Central em parceria com a Prefeitura de São Carlos.

Na semana que vem, serão divulgados o campeão, o 2º e o 3º colocados. A cerimônia de premiação está marcada para o dia 1º de setembro. Até lá, todas as propostas recebidas pela organização terão seu espaço, já que estão alinhados aos objetivos de promover práticas educativas inovadoras, sustentáveis e com visão de futuro.

No caso do “Conectando com as infâncias”, além do reconhecimento dos espaços, as crianças podem se expressar pelo registro fotográfico. Segundo Zilmar, o uso da câmera tem sido um importante instrumento de escuta das crianças. “Elas fotografam tudo o que acham interessante e, por desse processo, consigo perceber o que estão vendo e quais são seus maiores interesses e suas descobertas. Os registros podem se transformar em projetos de investigação”.

Desta forma, os alunos vivenciam e aprimoram o olhar para objetos e situações de interação que ocorrem na escola. A câmera se torna um “brinquedo” em meio ao contexto organizado. “Enquanto brincam de fotografar, descobrem insetos, pedras, texturas, curiosidades. E o meu papel, enquanto professora, é observar, registrar e fazer intervenções quando necessário”.

As famílias são convidadas a participar, fotografando as experiências vividas pelas crianças fora da escola. As imagens são expostas num mural de memórias da infância. “O objetivo é fomentar o desejo de estar com os filhos por um tempo e com qualidade, e também fazer uso do celular, explorando essa ferramenta fantástica que é a câmera”.

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Ideia desenvolvida por Zilmar tem origem na pesquisa de mestrado, que ela conclui neste ano

Transformação
A educação mudou a vida de Zilmar. Do interior da Bahia, é a única filha, entre dez, que se formou. Como sempre gostou de escrever, pensava que, se pudesse cursar alguma faculdade, seria a de Jornalismo. Mas, na época, Pedagogia e Educação Física eram os únicos cursos disponíveis no campus da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Sem condições financeiras para estudar em outro lugar, escolheu Pedagogia. Logo que se formou, se mudou para São Carlos, onde o marido já morava. Após um ano desempregada, conseguiu vaga em uma creche conveniada com a prefeitura. O amor pela profissão aflorou.

Ao longo desse percurso, fez três especializações, sendo a última em Docência em Educação Infantil, pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), além do mestrado, que finaliza neste ano. Apesar de não ter sonhado em ser professora, não se vê fazendo outra coisa. “Eu amo estar com as crianças e aprender com elas. A educação mudou a minha história e o que eu mais desejo é contribuir para mudar a história de muitas crianças”.

Para Mércia, possibilitar espaços de escuta e diálogo ajuda a potencializar a educação pública

Pedrinho vai à Escola
Outra ideia desenvolvida na CEMEI Renato Jensen é a da professora Mércia Fernandes Baques. Ela utiliza um boneco negro de pano como ferramenta pedagógica para abordar questões étnico-raciais de forma lúdica.

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O personagem recebeu o nome de Pedrinho e passou a ser parte do cotidiano das crianças. A turma de 15 alunos com dois anos explora, por meio de brincadeiras, a aparência e características do boneco.

A participação das famílias foi fundamental para o sucesso da iniciativa. Além do ambiente escolar, Pedrinho é levado para a casa das crianças, para ser cuidado, alimentado, como se fosse um conhecido que veio de longe fazer uma visita. Segundo a professora, é nesse convívio que as crianças aprendem a reconhecer as suas diferenças.

“Acredito que esse projeto é muito importante em qualquer faixa etária, mas, como estamos falando de crianças muito pequenas, o importante é proporcionar o convívio com o próximo, com as diferenças. É importante despertar nas crianças a consciência sobre a diversidade”.

Mércia afirma, ainda, que possibilitar espaços de escuta e de diálogo igualitários faz com que a educação pública ganhe potência, podendo almejar a máxima qualidade de ensino a todos.
Realização
Ser professora é a realização de um sonho para Mércia. Na infância, ajudava na escola dominical da Igreja Madre Cabrini, em São Carlos. Aos 12 anos, trabalhou como doméstica na casa de uma professora, que foi uma grande inspiração.

Mas nada foi fácil para Mércia, que precisou parar os estudos para se dedicar ao trabalho. Adiou a entrada no curso superior, o que aconteceu mais tarde, com incentivo do marido. Quando veio a oportunidade de fazer Magistério, não pensou duas vezes.

“De lá para cá, nunca mais parei. Terminei o Magistério, fiz Pedagogia e voltei como professora na escola onde comecei meu primeiro ano no supletivo. Foi uma emoção. Hoje, sou realizada como professora”.

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