Pais que possuem mais de um filho precisam saber respeitar as individualidades de cada um. Recentemente, em entrevista à revista People, a princesa de Gales, Kate Middleton, revelou que há diferenças de personalidade em cada um de seus filhos e, seu papel como mãe, é saber enxergar isso. “É preciso aprender a lidar com as diferentes características e diferentes necessidades e habilidades de cada um, mesmo com três filhos pequenos”, disse.
Há um senso comum entre pais e mães de que, quando se tem mais de um filho, é preciso sempre ter o mesmo tratamento com todos. Mas, na verdade, lidar com eles de forma distinta faz parte da natureza. Isso não significa fazer comparações ou colocar um “acima” do outro em determinados aspectos.
LEIA TAMBÉM
Engravidar mais tarde pode causar complicações durante a gestação?
Timidez na infância: Pesquisa aponta que comportamento é natural em crianças
POR QUE OS IRMÃOS SÃO DIFERENTES?
De acordo com Naiara Mariotto, psicóloga e colunista do Tudo EP, é normal que irmãos tenham personalidades bem diferentes, mesmo tendo uma criação igual por parte dos pais. “Tem toda uma mistura hereditária, tem ambiente envolvido. Aquilo que nós vivenciamos fala muito sobre as nossas experiências, as fases da nossa vida, os nossos hábitos, hormônios, aquilo que nós absorvemos como um aprendizado, e isso é muito individual” explica.
É preciso que, antes de tudo, os pais entendam que as crianças precisam ser criadas, educadas e tratadas dentro da sua própria individualidade. Por exemplo, é muito comum a atitude de sempre comprar coisas iguais para as crianças, já que, se deu para um, precisa dar para o outro. Mas, para a psicóloga, é importante que se tenha uma conversa em relação a isso, porque há uma linha muito tênue entre o que será feito acreditando que é para mostrar que há um tratamento igual e a interpretação real que aquela criança pode vir a ter.
Nesses casos, é necessário que se explique ao filho as motivações que levaram o outro a ganhar algo e ele não, e que, posteriormente, poderá acontecer a mesma situação, só que de forma contrária. Lembrando que qualquer promessa precisa ser cumprida, para evitar equívocos.
Outra situação é em relação a práticas esportivas ou outras formas de lazer. Muitas vezes, os pais acabam colocando os filhos para realizarem as mesmas atividades, até mesmo por conta da praticidade. Mas explorar as diferenças é o que realmente vai fazer com que cada um construa sua própria identidade, como afirma Naiara: “Eles precisam aprender que eles são seres únicos, que são diferentes, e isso depois ajuda na própria parte social, ali na escolinha, depois na adolescência com os amigos”.
Para a especialista, em qualquer situação, a principal ferramenta é o diálogo, com o intuito sempre de explicar essas diferenças de necessidades, e não comparar um com o outro. É inevitável que essas distinções apareçam com o passar do tempo, por isso, o ideal é que, desde sempre, os irmãos não enxerguem isso como algo negativo. “Isso vai fazer também com que eles passem a se olhar com um pouco mais de admiração, mesmo entendendo todas essas diferenças, e não dentro de uma competição”, conclui.
O FILHO FAVORITO
As dicas dadas pela psicóloga são essenciais para que não seja criado um ambiente de rivalidade entre os próprios irmãos, que seria prejudicial para toda a família. Um estudo realizado pela University of Illinois at Urbana-Champaign, em Chicago, mostrou que o sentimento de que há um filho favorito em casa pode fazer com que o outro se sinta menos privilegiado por toda a vida.
Assim, aquele que é deixado de lado tende a desenvolver um comportamento mais agressivo, além de ser mais propenso ao uso de drogas e abuso de álcool. Por isso, os tratamentos diferenciados são imprescindíveis, mas os pais precisam evitar que sejam mal interpretados pelos próprios filhos.
LEIA MAIS
Combustíveis vão aumentar hoje: Veja como fica o preço em cada estado
*Sob supervisão de Marcos Andrade
