Em tese, Paulo André Camilo não deveria estar no Big Brother Brasil, pois assumiu dois compromissos que o impedem de entrar em um confinamento. Ele é atleta profissional e precisa se submeter a testes antidoping e é também militar da ativa das Forças Armadas do país. Apesar disso, ele entrará hoje na casa mais vigiada do país.
O maior risco que ele corre é o de ser suspenso do esporte por infração ao código antidoping.
Esse protocolo é utilizado a alguns anos pela entidade responsável pelo controle antidoping e tem por objetivo monitorar os atletas e impedir o uso de substancias proibidas durante os treinamentos – ação que era realizada no passado apenas nas competições, mas com avanço da ciência desportiva e a descoberta de novas substâncias foi estipulado esse controle nos principais atletas nos treinamentos em todo mundo.
Todo atleta de ponta, do nível de Paulo André, semifinalista olímpico e campeão dos Jogos Pan-Americanos, precisa manter seu endereço atualizado em um sistema internacional chamado Adams. As agências antidoping precisam saber, todos os dias, onde encontrá-lo em dois horários pré-determinados, caso decidam aplicar nele um teste surpresa.
Onde ele estará, todo mundo já vai saber, mas a premissa do programa é manter os participantes confinados, então não se sabe se a Globo permitirá (caso seja necessário) que um Oficial realize os exames de sangue e urina no atleta, e caso não permita, Paulo André receberá uma advertência.
O atleta pode receber apenas duas advertências por não ser encontrado em um prazo de um ano corrido. Na terceira, ele é suspenso. Fato que já ocorreu com outros atletas.
Não temos conhecimento se Paulo André já tem alguma infração. No caso de já serem duas, por exemplo, bastaria uma tentativa de testá-lo por parte da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) ou da AIU, braço antidoping da federação internacional de atletismo, para o corredor ser suspenso.
Além disso, Paulo André também poderá ter problemas com a Marinha. Isso porque ele faz parte do Programa de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas e se comprometeu com regras que constam em uma Portaria Normativa de 2019 do Ministério da Defesa, a de número 71. Ali, fica claro que, uma vez convocado, independente do momento ou do local em que estiver, Paulo André precisa se apresentar à Marinha.
Paulo André é também apoiado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), por ser semifinalista olímpico, e recebe R$ 1.650 por mês da entidade, com recursos do patrocínio da Caixa Econômica Federal. Por esse apoio, ele precisa fazer postagens regulares citando a Caixa em suas redes sociais. Mas nesse caso, não será um problema, isso será feito pelos administradores das contas de Paulo André, em postagens programadas desde antes do confinamento.
Aos poucos vamos conhecendo como é a vida de um atleta profissional e certamente, a medida que o Paulo André, representante do atletismo brasileiro, for se mantendo na casa mais vigiada do Brasil – um dos programas de maior audiência no mundo – é natural que novas reportagens sobre o atletismo e a vida do velocista sejam noticiadas e publicadas aqui e em vários outros sites. Conosco, o intuito será sempre de informar e fazer você entender um pouco mais sobre o que é ser um atleta profissional.
