12 de dezembro de 2024
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O que te assombra

O que você estava fazendo quando Ayrton Senna morreu?

30 anos depois, brasileiros ainda lembram o que faziam na manhã de 1º de maio de 1994, quando Ayrton Senna morreu em um acidente no GP de San Marino, na Itália

30 anos depois, brasileiros ainda lembram o que faziam na manhã de 1º de maio de 1994, quando Ayrton Senna morreu em um acidente. (Foto: Reprodução/O que te assombra)

*Por Thiago de Souza

Não consigo identificar qual das 30 voltas que a Terra deu foi a mais rápida desde aquela fatídica manhã de 1º de maio de 1994. Eu sei que foi um dos dias mais marcantes da minha vida e de muita gente. Daí a pergunta título deste artigo: O que você estava fazendo quando Ayrton Senna morreu?

Eu estava assistindo a corrida de Ímola com meu pai, na casa da minha avó, em São Paulo.

Assisti, ao vivo, a página mais triste do esporte brasileiro e, porque não dizer, uma das mais marcantes da história do Brasil.

Para quem não estava por aqui há 30 anos, chega a ser difícil entender o tamanho do luto que arrebatou o Brasil e o mundo naquele 1º de maio de 1994, e nos dias que se sucederam até o sepultamento de Ayrton Senna.

Ídolo de campeões

Para situar melhor você, que não estava neste plano quando tudo ocorreu, é importante tentar dimensionar quem era Ayrton Senna e as circunstâncias de sua morte.
Senna foi o mais carismático piloto de Fórmula 1 da história.

Mesmo com o tricampeonato igualado por outros pilotos e superado por outros, a morte tornou sua história um livro inacabado.

Não por acaso, Senna é considerado o maior piloto da história por muita gente graúda e é ídolo absoluto dos dois maiores campeões da história da Fórmula 1: Lewis Hamilton e Michael Schumacher.

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Mudança pra Williams

No ano de 1994, havia uma enorme expectativa sobre a performance de Senna na equipe Willians, que era hegemônica nos dois anos anteriores.

Mas, o promissor casamento de Senna com a escuderia bicampeã não se concretizou, muito em razão de uma abrupta mudança no regulamento da Fórmula 1, que proibiu todos os instrumentos tecnológicos utilizados pela Willians em outros anos, destacadamente a tal “suspensão ativa” que foi determinante para o sucesso de Nigel Mansel, em 1992, e Alain Prost, em 1993.

Os carros de 1994 eram nervosos e inseguros e andar no limite era uma opção perigosa, que resultou em acidentes gravíssimos, inclusive um fatal, que tirou a vida do piloto austríaco Roland Ratzenberger, no mesmo final de semana em que Senna perdeu a vida.

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Ímola

A corrida de Ímola, no GP de San Marino, era o terceiro Grande Prêmio da temporada. Nas duas primeiras corridas, Senna havia forçado o carro no limite, mas fracassou.

Ele assistiu dos boxes a ascensão de um jovem alemão chamado Michael Schumacher, com uma Benetton tão adulterada tecnicamente que a perda de pontos resultante da trapaça quase lhe custou o título daquele triste ano.

Senna havia conquistado a poli position de Ímola, assim como havia feito nas duas primeiras corridas. Todo mundo estava preparado para a primeira vitória de Ayrton.

Mas, na sétima volta, a barra da direção se rompe e Senna passa reto na curva mais conhecida da Fórmula 1, a famigerada “Tamburello”.

“Senna bateu forte”, disse Galvão Bueno, inaugurando uma das maiores tristezas já transmitidas na história da televisão brasileira, quiçá, mundial.

O tempo parou até o dia 05 de maio de 1994 – data do sepultamento de Ayrton Senna, no Cemitério Morumby.

Descanso eterno

Hoje, a tranquilidade do Cemitério Parque ainda guarda a agitação daquela triste ocasião, antecedida pelo maior cortejo fúnebre que o país já assistiu.

Ayrton ainda mobiliza muita gente ao seu sepulcro. Sua campa é ponto obrigatório de visitação de pilotos, imprensa e fãs de todo o mundo durante o período que antecede o Grande Prêmio do Brasil de F1.

Mas, um fenômeno interessante tem chamado a atenção.
A transformação de Senna em Milagreiro de Cemitério.

Senna milagreiro

E a razão disso não é exatamente difícil de explicar.

Primeiro, Ayrton Senna era capaz de proezas sobrenatural no cockpit de seu carro. Quanto maior a dificuldade técnica que a pista impunha, maior era o abismo entre Ayrton Senna e seus adversários. Isso era muito evidente nas corridas com chuva.

Ayrton era um herói nacional que sucumbiu em martírio aos olhos de seu povo. O martírio de um herói sempre foi um dos gatilhos para a concepção de Santos e Milagreiros.

Após sua morte descobrimos um outro lado de Senna, que ele fazia questão de não revelar: o Senna da caridade. Ele tinha uma fundação assistencial que atendia milhares de crianças e fazia questão de não capitalizar em cima de sua obra, que só ganhou publicidade depois de sua morte.

Esses elementos conjugados, com um senso de orgulho às suas origens e de seu país, explicam muito bem esse reconhecimento popular de que Ayrton Senna ainda ajuda seus devotos a enfrentarem as tortuosas curvas que se apresentam no circuito da vida.

Quem é Thiago de Souza

Thiago de Souza é compositor, roteirista e humorista, fundador do grupo “Os Marcheiros” e idealizador do projeto “O que te Assombra?”. Ele também é o criador do programa de políticas públicas para preservação de patrimônio material e imaterial chamado “saudade e suas vozes” já implementado nas Cidades de Campinas e Piracicaba.

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