O quadro “Independência ou Morte” é um grande conhecido dos livros didáticos de História e dos estudantes de vestibular. A obra exposta no Museu do Ipiranga simboliza a proclamação da independência ocorrida em 7 de setembro de 1822, tendo grande valor para a história do Brasil. Porém, apesar de sua grandiosidade, ela não retrata de forma tão fidedigna momento em que o país se libertou do domínio português.
Na imagem, D. Pedro I está vestido com elegância e montado em um cavalo. Ele está às margens do rio Ipiranga, cercado de uma grande comitiva, com uma espada erguida para o alto.
Porém, já é de conhecimento de vários historiadores que, na verdade, o imperador provavelmente estava montado em uma mula, vestindo roupas simples e acompanhado por poucas pessoas.
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Não havia cavalos de raça porque a região exigia a força de animais mais fortes, e as comitivas normalmente tinham catorze pessoas. Os guardas também não estariam usando uma farda tão pomposa, já que os Dragões da Independência só adotaram o uniforme representado na pintura mais de cem anos depois, em 1926.
Além disso, há relatos de testemunhas que disseram que Dom Pedro I estaria com problemas gastrointestinais naquela tarde de 7 de setembro, sofrendo com disenteria.
O autor da pintura tinha conhecimento destes fatos, mas acreditava que havia espaço para criar dentro da obra. Pedro Américo chegou a deixar um texto explicativo sobre a produção em que revela a intenção de mostrar a independência como algo esplêndido e heroico, deixando de lado o que não seria tão bonito de se ver.
Nas suas próprias palavras: “A realidade inspira, e não escraviza o pintor.” O artista destaca que se esforçou para ser sincero na reprodução do fato sem esquecer a beleza da arte.
*Com informações da Agência Brasil
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