Durante os 110 anos do dérbi campineiro, os torcedores se acostumaram a acompanhar o clássico no Brinco de Ouro da Princesa, estádio do Guarani, ou no Moisés Lucarelli, campo da Ponte Preta, mas o dérbi já foi disputado em nove lugares diferentes: campo da Vila Industrial, Hipódromo, campo do London, Sousas, Pastinho, estádio da Mogiana, Pacaembu, além do Majestoso e do próprio Brinco de Ouro.
O primeiro clássico ocorreu justamente no campo chamado de Santana, na Vila Industrial, bairro próximo à área central de Campinas. O “estádio” recebeu um único dérbi campineiro, bem aquele no qual o resultado é desconhecido.
O Hipódromo foi o segundo local a receber o clássico entre Guarani e Ponte Preta. Famoso por sediar corridas de cavalo, o Hipódromo do Bonfim foi utilizado em 15 confrontos entre os rivais campineiros, sendo o primeiro em 1912 e o último em 1936. A Prefeitura requisitou a área em 1965 e construiu o viaduto da Avenida Lix da Cunha. Há também uma unidade do Sesc no local.
O Campo do London foi a terceira “casa” do dérbi campineiro. Em 1912, a Ponte Preta derrotou o Guarani, pelo Campeonato Campineiro, no único duelo no local. O “estádio”, casa do London F.C., que já foi um dos mais tradicionais times de Campinas, ficava localizado próximo onde hoje é o Colégio Progresso, no Cambuí.
Em 1914, Guarani e Ponte Preta fizeram um amistoso na Praça de Esportes José Iório, em um campo que pertenceu ao Sousas Futebol Clube, localizado em Sousas, distrito de Campinas. A partida terminou com vitória bugrina por 2 a 0.
O próximo ponto de parada do dérbi campineiro foi o Pastinho, o primeiro estádio do Guarani. O nome foi dado por torcedores da Ponte Preta em tom pejorativo, mas foi bem recebido pelos bugrinos, que adotaram o apelido. Recebeu 39 clássicos, entre os anos de 1923 e 1953, data de inauguração do Brinco de Ouro da Princesa.
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O Pastinho ficava localizado na travessa da Rua José Paulino, chamada Barão Geraldo de Rezende, no bairro Guanabara, pertencente à Dona Libânia, viúva de Joaquim Policarpo Aranha, o Barão de Itapura. O Guarani arrematou o terreno após a morte da baronesa em uma negociação com a herdeira, Dona Isolethe Augusta de Souza Aranha.
Enquanto o Guarani mandava os seus jogos no Pastinho, a Ponte Preta tinha, como lar, o estádio Doutor Horácio Antônio da Costa, o estádio da Mogiana, ou o Cerecamp, localizado no bairro Botafogo, em Campinas. Chegou a ser um dos principais e mais modernos estádios do Brasil, ficando atrás, na época, apenas para Pacaembu e São Januário. Recebeu 10 dérbis, com cinco vitórias para cada lado. O Esporte Clube Mogiana também atuava no local.
Em 1948, o Moisés Lucarelli recebeu o seu primeiro dérbi, com vitória do Guarani por 1 a 0. Localizado na Praça Dr. Francisco Ursaia, no Jardim Proença, a menos de 1 km do Brinco de Ouro da Princesa, o Majestoso segue sendo o estádio da Ponte Preta até hoje. Foram disputados 67 clássicos.
Localizado na Avenida Imperatriz Dona Tereza Cristina, no Jardim Guarani, está o Brinco de Ouro da Princesa, que foi inaugurado em 1953. Mandante, o Guarani disputou 69 jogos em sua casa, que chegou a ser leiloada e arrematada pela Maxion Empreendimentos. A Justiça acabou cancelando a ação e o Bugre acabou vendendo seu terreno para a Magnum, que prometeu fazer do local uma área comercial.
Por fim, o primeiro estádio a receber o dérbi fora de Campinas foi o Pacaembu, que registrou o maior público do clássico. Cerca de 40 mil torcedores acompanharam a vitória do Guarani por 2 a 0 no Campeonato Paulista. Um dos estádios mais emblemáticos da capital, denominado oficialmente de Paulo Machado de Carvalho, está passando por reformas neste ano de 2022, para ser transformado em um complexo.