12 de dezembro de 2024
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Dérbi Campineiro

Guarani e Ponte Preta já fizeram a final do primeiro turno do Paulistão, assista!

Os times campineiros não perdiam em nada para os considerados grandes do Brasil e chegaram a disputar vários títulos

 
Guarani e Ponte Preta viveram o auge nas décadas de 70 e 80. Os times campineiros não perdiam em nada para os considerados grandes do Brasil e chegaram a disputar vários títulos. O time bugrino acabou tendo mais sorte, ou mais competência, ao conquistar o Campeonato Brasileiro de 1978, enquanto que a Macaca ficou com quatro vices no Campeonato Paulista nesse período (1970, 1977, 1979 e 1981). 

O ano de 1981, inclusive, foi especial para Campinas, já que Guarani e Ponte Preta disputaram a final do primeiro turno do Campeonato Paulista, clássico considerado como um dos maiores da história. O jogo decisivo foi realizado no dia 5 de agosto, no Moisés Lucarelli, para um público de mais de 22 mil torcedores. A Macaca levou a melhor e venceu o rival por 3 a 2. Na decisão do torneio, enfrentou o São Paulo, mas acabou sendo derrotado.  
 
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“Os dois estavam em uma fase boa. A Ponte com muitos jogadores de base, enquanto que o Guarani apostou na experiência. Foi um privilégio estar nesse grupo, era muito unido e brigou por coisas grandes. Ficamos em terceiro no brasileiro em 81. Dois anos antes, disputamos a final do Paulistão contra o Corinthians”, contou o ex-meia Osvaldo, um dos destaques da Macaca, que, mais tarde, foi ser campeão mundial no Grêmio.  

 

 

Ponte Preta e Guarani fizeram campanhas impressionantes. Na primeira fase, a Macaca terminou na liderança, com 29 pontos conquistados em 19 jogos disputados. Foram 11 vitórias, sete empates e apenas uma derrota. O Bugre ficou em segundo, com 25. A equipe alviverde venceu nove partidas, empatou sete e perdeu três. Ambos ficaram muito à frente de Corinthians, São Paulo e Palmeiras, que sequer se classificaram para a fase final do primeiro turno. 

Os oito times classificados foram divididos em dois grupos de quatro. Ponte Preta e Guarani lideraram novamente, o que lhes garantiu as duas vagas da final. A Macaca ficou com nove pontos (três vitórias – valiam dois pontos – e três empates). Já o Bugre ficou com dez (quatro triunfos e dois empates). 

O DÉRBI DA FINAL
 
Na decisão do primeiro turno, Guarani e Ponte Preta empataram por 1 a 1, no Brinco de Ouro da Princesa, com gols de Serginho e Jorge Mendonça. Na volta, no Moisés Lucarelli, a Macaca superou o rival. 

A final foi dramática. Osvaldo abriu o placar para a Ponte com um golaço de cobertura, de costas, mas Ângelo empatou ainda no primeiro tempo com um gol chorado, que contou com um desvio do zagueiro alvinegro. 

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“Foi um gol antológico. Não tinha outra alternativa, só tinha espaço para dar a puxada. Tive o privilégio de acertar e encobrir o Birigüi. Foi um dos gols mais importantes na minha carreira, marcou bastante”, disse Osvaldo. 

No segundo tempo, o goleiro Birigüi fez uma lambança. Ele foi evitar o escanteio, mas deixou a bola escapar e entregou de bandeja para Serginho, que só teve o trabalho de empurrar. O Guarani, no entanto, não desistiu e empatou com uma cabeçada de Jorge Mendonça em jogada ensaiada de escanteio. 

Mas o dia era mesmo da Ponte Preta. Careca chegou a ser expulso e o gol do título veio com Odirlei. O lateral, após linda jogada de Dicá, invadiu a área e encheu o pé para colocar a Macaca na decisão do Paulistão. A festa foi tanta que os torcedores, em massa, invadiram o campo para comemorar ao lado dos jogadores, que saíram correndo para os vestiários. O árbitro deixou o campo escoltado no meio da multidão. 

Na final, o Guarani foi escalado com: Birigui, Chiquinho, Mauro, Edson e Almeida; Jorge Luís, Éderson (Tadeu) e Jorge Mendonça; Lúcio, Careca e Ângelo. Técnico: José Duarte. 

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Já a Ponte Preta teve: Carlos, Toninho Oliveira, Juninho, Nenê e Odirlei; Zé Mário, Humberto (Marco Aurélio) e Dicá; Osvaldo, Chicão (Jorge Campos) e Serginho. Técnico: Jair Picerni. 

SEGUNDO TURNO DO PAULISTÃO
 
No segundo turno, Guarani e Ponte Preta ficaram, de novo, entre os classificados para a fase final. O Bugre foi o segundo, com 24 pontos, contra 22 da Macaca, terceira colocada ao lado de XV de Jaú e Santos. O São Paulo terminou em primeiro, com 25. 

Na fase final, a Ponte Preta não teve o mesmo desempenho e acabou ficando em terceiro lugar, em um grupo com São José, Palmeiras e Santos. O Guarani, nos critérios de desempate, acabou perdendo a vaga na final para o São Paulo. Ambos fizeram a mesma pontuação, deixando para trás Corinthians e XV de Jaú. 

FINAL CONTRA O SÃO PAULO
 
Apesar de perder o primeiro jogo por 1 a 0, o São Paulo classificou-se para a final do Paulistão com vitória por 3 a 2 frente ao São José. Com isso, se colocou como adversário da Ponte Preta na decisão. 

Ponte Preta e São Paulo fizeram dois grandes jogos, no entanto, ambos no Morumbi, casa do time da capital. Na partida de ida: empate por 1 a 1. Na volta, o São Paulo acabou sendo campeão ao vencer por 2 a 0, gols de Renato Pé Murcho e Serginho Chulapa, e a Macaca ficou com mais um vice, dos sete de sua história. 

“Foi um ato político, igual como foi contra o Corinthians. Todos os jogadores queriam jogar em Campinas. Poderia ter sido diferente. A torcida faz a diferença e não é fácil jogar dois jogos na casa do adversário. A Ponte Preta tinha até mais time. Se jogássemos na nossa casa, poderíamos ter conquistado o título”, finalizou o ex-meia da Ponte. 
 
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Luciana Félix
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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