A rivalidade entre Guarani e Ponte Preta é uma das maiores do futebol brasileiro, mas eles já estiveram do mesmo lado e o adversário não foi qualquer um: era nada menos do que a Seleção Brasileira, que disputaria a Copa do Mundo de 1966, liderada por Pelé e Garrincha.
Em preparação para a Copa do Mundo, a Seleção Brasileira se hospedou em Serra Negra e fez o que podemos chamar de tour pelo interior de São Paulo, onde realizou alguns amistosos. Para fazer frente a uma das maiores equipes já vistas, precisou que Guarani e Ponte Preta unissem forças.
E não é que deu certo? No dia 1 de junho de 1996, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, o combinado de Guarani e Ponte Preta empatou com a Seleção Brasileira por 2 a 2. Pelé e Gérson marcaram os gols do Brasil, enquanto Nelsinho e Peri decretaram a igualdade. Ambos eram jogadores do time bugrino. Vale ressaltar que Pelé e Garrincha nunca perderam um jogo atuando juntos.
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Apesar da euforia causada pela Seleção Brasileira em Campinas, poucos torcedores estiveram presentes na partida, apitada pelo árbitro Armando Marques. O público total foi de apenas 14.407 torcedores.
Dos jogadores que foram titulares daquela equipe, seis eram da Ponte Preta: Egídio, Beto, Geraldo Scotto, Joaquinzinho, Walter e Rodrigues. Entraram no decorrer da partida: Geraldo José e Jonas.
Os outros cinco eram do Guarani: Dimas, Deleu, Américo, Nelsinho e Carlinhos, além dos reservas Joãozinho e Peri, autor de um dos gols.
Já a Seleção Brasileira era uma máquina e contava com muitos jogadores que foram campeões do mundo em 1962. A Copa de 66, no entanto, foi um fiasco. O Brasil foi eliminado logo na primeira fase, ao ficar em terceiro lugar, em um grupo com Portugal, Hungria e Bulgária.
A Seleção, comandada por Vicente Feola, venceu a Bulgária na estreia por 2 a 0, com gols de Pelé e Garrincha, mas perdeu para Hungria e Portugal, por 3 a 1.
FORÇA DE CAMPINAS
O resultado da partida entre o combinado de Campinas e a Seleção Brasileira apenas deu uma mostra do que estava por vir no futebol campineiro, que viveu o seu auge entre a década de 60 e 80. Obviamente que oscilaram, mas conquistaram grandes feitos. A Macaca, por exemplo, foi vice-campeã paulista (1970, 77 e 79), enquanto o Bugre levantou o título brasileiro de 78.
Confira abaixo as escalações:
COMBINADO CAMPINEIRO – Dimas (Guarani); Deleu (Guarani), Egídio (Ponte Preta), Beto (Ponte Preta) e Geraldo Scotto (Ponte Preta); Joaquinzinho (Ponte Preta), Américo (Guarani) e Walter (Ponte Preta); Nelsinho (Guarani), Rodrigues (Ponte Preta) e Carlinhos (Guarani).
Reservas – Geraldo José (Ponte Preta), Joãozinho (Guarani), Peri (Guarani) e Jonas (Ponte Preta).
SELEÇÃO BRASILEIRA – Gilmar, Fidelis, Djalma Dias (Bellinni), Leônidas e Paulo Henrique; Dino (Zito) e Gerson. Garrincha (Jairzinho), Servílio, Pelé e Amarildo. Técnico: Vicente Feola.
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