Recentemente, o astro de Hollywood Tom Hanks utilizou seu Instagram para alertar sobre o uso indevido de sua imagem em anúncios criados por inteligência artificial.
O ator de Forrest Gump criticou publicamente propagandas que exploram sua aparência e voz sem sua autorização, promovendo “curas milagrosas” e medicamentos duvidosos. Hanks esclareceu que não tem qualquer ligação com esses produtos e enfatizou a importância de não se deixar enganar por tais fraudes.
Os deepfakes, que são vídeos ou áudios alterados por inteligência artificial para parecerem reais, estão se tornando um desafio em diversas áreas, incluindo a mídia e a segurança pessoal. Por isso, casos como o de Tom Hanks estão se tornando mais frequentes, à medida que a tecnologia de inteligência artificial avança.
No Brasil, o jornalista Pedro Bial, por exemplo, também foi uma das vítimas de deepfakes recentemente e apontou a Meta como cúmplice de atividades fraudulentas. A empresa, por sua vez, afirma que trabalha para combater tais práticas e incentiva denúncias de conteúdos enganosos em suas plataformas.
Como reconhecer vídeos falsos na internet?
Gabriel Gomes de Oliveira, especialista do IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia, alerta para a necessidade de educar o público sobre os perigos dos deepfakes e outras formas de manipulação digital.
Oliveira aponta que os algoritmos de IA estão evoluindo rapidamente, o que torna cada vez mais difícil identificar esses vídeos falsos. “É necessário observar detalhes para detectar conteúdos manipulados”, explica.
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Pontos de atenção recomendados pelo especialista
- Inconsistências digitais: Pequenos erros visuais que não estariam presentes em vídeos autênticos.
- Variações na iluminação: Mudanças não naturais na luz de uma cena para outra.
- Movimentos não naturais: Ações que parecem mecânicas ou fora do ritmo normal.
- Alterações no tom de pele: Mudanças abruptas que podem indicar manipulação digital.
- Piscar dos olhos: Frequência de piscadas que não corresponde ao comportamento humano normal.
- Sincronia labial: Desalinhamento entre os movimentos dos lábios e o áudio.
Ferramentas avançadas para detectar manipulação digital
Além de identificar deepfakes, proteger a privacidade nas novas tecnologias imersivas, como realidade aumentada e virtual, também é essencial. Essas tecnologias coletam muitos dados sensoriais, o que pode expor os usuários a riscos. Por isso, no meio corporativo, Oliveira recomenda também o uso de ferramentas avançadas que analisam características sutis nos vídeos.
Para mitigar esses riscos, Oliveira sugere medidas como educação constante sobre ameaças, revisão frequente de sistemas e infraestrutura para identificar vulnerabilidades e contratação de especialistas em cibersegurança. “É vital equilibrar defesas técnicas com a conscientização sobre segurança para uma estratégia eficaz”, ressalta o especialista.
No futuro, Oliveira enfatiza a importância de realizar avaliações regulares para detectar e corrigir fraquezas nas defesas tecnológicas e humanas. “Informação e educação são pilares para o avanço seguro e responsável das inovações tecnológicas”, conclui.
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