9 de maio de 2024
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São Carlos Experience

São Carlos Experience inspira transformação

Neste mundo ainda repleto de preconceito, intolerância, violência e ódio, os espaços remaram contra essa maré que polui de tristeza a vida de quem não é aceito por ser aquilo que é.

 

 

Fiquei feliz com a liberdade para escrever esse texto com o olhar de quem esteve envolvido na cobertura do São Carlos Experience (SCX). Ao longo dos cinco dias, senti as palavras conhecimento e aprendizado martelarem a cabeça. A muitos dos que conversei, a impressão foi semelhante. E um martelo valioso, convenhamos. 

Painéis, palestras, workshops, intervenções. As atividades do SCX, em geral, jorraram possibilidades de um mergulho em temas importantes e urgentes para o nosso caminhar enquanto sociedade. E comportando essas possibilidades todas, São Carlos conseguiu colocar em prática o por vezes questionado apelido de Capital da Tecnologia. 

Uma nuance bonita do festival foi a diversidade. Neste mundo ainda repleto de preconceito, intolerância, violência e ódio, os espaços remaram contra essa maré que polui de tristeza a vida de quem não é aceito por ser aquilo que é. Até no flutuar de ideias diversas, durante as centenas de trocas, o respeito sobressaiu. 

Em cada canto do evento, havia ensinamentos para absorver. Bastava mirar os olhos com atenção e interesse, características em ameaça de extinção em nossos dias. 

Os Primos Agro ensinaram que não dá para esperar a utopia da perfeição antes de começar um projeto. Se tivessem esperado por isso, não teriam uma audiência de mais de um milhão e meio de pessoas somente em um vídeo publicado. 

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George Garrido, CEO da One Six, ensinou sobre acreditar, ao contar a história de quando incentivou um chapeiro a estudar tecnologia, em 2005 hoje, o ex-chapeiro é desenvolvedor sênior do Santander. 

Flávio Fratucci, da Growww, lembrou que, embora a tecnologia e o consumo sejam realidade indissociável à vida humana, “pessoas não compram de marcas, pessoas compram de pessoas”. 

Solange Rezende, professora da USP, pediu cautela ao temor de tanta gente com relação à inteligência artificial: “Não vejo como fim, mas como meio de melhorar processos, sem tirar a figura do ser humano que trabalha naquele conhecimento.” 

Essas lições são aquelas com um ponto de vista mais prático e apenas algumas que humanamente pude acompanhar, já que ao todo foram 196 atividades entre quarta e domingo.  

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Mas também houve palco para reflexões mais profundas. Como algumas vistas na palestra da cheia de ideias Adriele Fonseca, engenheira civil formada pela USP, que apostando numa empresa para vendas online de produtos eróticos, disse o seguinte: “O movimento de empoderamento do nosso próprio prazer gerou um movimento de diálogo”. 

Adriele, aliás, é um bom exemplo do poder do conhecimento. Se hoje é capaz de externalizar raciocínios como o de “hackear principalmente o sistema financeiro, tirando dinheiro de onde tem mais e colocando onde tem menos” é porque houve uma fagulha, há um bom tempo. 

Esse borbulhar de inquietações começou com a “professora Lu” (assim citada por ela), da época do quinto ano, que revelou a Adriele e sua turma que quando estamos vendo as estrelas, estamos na verdade vendo o passado delas. Professora Lu talvez não saiba o quanto serviu de ferramenta de transformação na explosão dessa descoberta. 

E transformação é realmente o que precisamos daqui para frente. Só assim poderemos encarar a necessidade de um mundo mais sustentável, menos desigual e mais repleto de oportunidades. O São Carlos Experience plantou várias sementes nessa direção. É difícil quem participou ter saído da mesma maneira. Algo certamente mudou. 

Ah, e não para por aí. A organização já vai começar a analisar o que deu certo e, claro, o que também não foi tão eficiente assim. Afinal, um evento desse porte também tem suas falhas. 

A sorte é que 2024 está logo aí e é bem possível que uma segunda edição chegará para continuar proporcionando sentimentos únicos a quem mergulhar na experiência do SCX.

Rafaela Viveiros
Formada em Jornalismo pela Universidade Paulista (Unip). Jornalista do Grupo EP, repórter do Tudo EP, está no portal desde 2021 e possui experiências com produção de matérias para os portais, edição de vídeos, imagens e criação de conteúdo para as redes sociais.
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