Os negócios de base científica e tecnológica, também conhecidas como deep techs, nunca estiveram tão em evidência como nos últimos anos, seja na contribuição direta no combate à pandemia, ou de forma indireta possibilitando a transformação digital e soluções baseadas em engenharia avançada de diversos segmentos de mercado.
A boa notícia é que o número de deep techs no estado de São Paulo registrou crescimento expressivo nos últimos três anos, com aumento acentuado entre 2017 e 2019. Entre as principais cidades que possuem negócios de base científica e tecnológica estão Campinas (10%), São Carlos (8,2%) e Ribeirão Preto (7,8%), sendo que 42 das empresas instaladas nessas regiões estão entre as 100 mais promissoras do estado. A capital paulista se mantém como o maior polo, abrigando cerca de 40% das startups científicas.
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Os dados são de um mapeamento feito pelo Sebrae for Startups em parceria com a Wylinka, organização sem fins lucrativos que mobiliza instituições e ecossistemas para a inovação e o empreendedorismo, a partir da promoção e transformação do conhecimento, para a realização do Prêmio Startup do Futuro, que selecionou as 100 empresas de base científica e tecnológica com maior potencial em 2023.
De acordo com o mapeamento, maior parte das deep techs paulistas está situada no centro e no leste do estado de São Paulo, em razão da proximidade com os principais eixos de desenvolvimento, de grandes universidades, institutos de pesquisa e parques tecnológicos e de ambientes de inovação bem estruturados.
O levantamento identificou 388 startups de base científica e tecnológica em operação no estado paulista. Em sua maioria, elas desenvolvem tecnologias nas áreas de biotecnologia, bigData, inteligência artificial e machine learning e os segmentos de mercado que mais atendem são os de saúde e bem-estar e do agronegócio.
Cerca de 90% das startups são detentoras de uma nova solução tecnológica, sendo que 62% têm como foco a aplicação da solução em um mercado já consolidado e 29% demonstram ter maior potencial de inovação, aplicando a solução em mercados ainda não explorados.
“A ideia foi fazer um mapeamento mais amplo de startups científicas do estado de São Paulo de modo a entender o potencial de crescimento e de impacto, além de identificar onde estão situadas, quais os setores em que atuam, se já têm mercado e receberam investimento, entre outras questões”, diz Maria Augusta Miglino, consultora de inovação do Sebrae for Startups.
INVESTIMENTOS
O mapeamento apontou que a maioria iniciou o desenvolvimento tecnológico entre um e cinco anos e aproximadamente 50% consideram que sua solução já está pronta para o mercado. Aproximadamente 50% delas receberam investimento superior a R$ 1 milhão. Dessas, cerca de 70% são empresas de micro e pequeno porte, com faturamento de até R$ 4,8 milhões.
APOIO COM PROGRAMA DE FOMENTO
Além de recursos próprios, quase 70% das deep techs paulistas contaram com investimentos de programas de fomento de fundações públicas, como o Pipe (Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) da FAPESP, para viabilizar seus projetos. O mapeamento completo pode ser visitado no site do Wylinka.