Produtores e agricultores familiares de 25 propriedades rurais de Piumhi, no Sul de Minas Gerais, receberam, na quinta-feira (10), o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) por obras realizadas em suas terras. Os recursos são do Programa Produtor de Água da Agência Nacional de Águas (ANA), que abriga o Projeto Araras.
O objetivo do programa é a recuperação e preservação da bacia hidrográfica do Ribeirão Araras, principal manancial de captação de água do município de Piumhi. O pagamento ocorre anualmente.
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O Programa Produtor de Água da Ana usa o conceito de PSA, que estimula os produtores a investir no cuidado do trato com as águas, recebendo apoio técnico e financeiro para implementação de práticas conservacionistas. Os produtores participantes do projeto trabalham com cafeicultura, bovinocultura, horticultura e eucaliptocultura.
Desde 2019, o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) participa da iniciativa. Mais de 200 agricultores familiares são atendidos em todo o município.
Segundo o extensionista agropecuário, Sérgio Marcelino Silva, o escritório em Piumhi oferece todo o suporte técnico necessário aos produtores. “O nosso escritório, em Piumhi, tem um contrato de prestação de serviços técnicos junto ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Fazemos a revisão dos projetos individuais de propriedades, fiscalização e acompanhamento das obras, realizadas por uma empresa contratada pela SAAE para a construção de cercas, barraginhas e fossas biodigestoras, recuperação de estradas e outras intervenções”, explica.
Ainda, de acordo com o técnico, cada produtor recebe um valor calculado individualmente para cada propriedade. “Será de acordo com critérios técnicos, dentro das características de modalidade de conservação de cada propriedade”, diz.
PROJETO ARARAS
O projeto já construiu 141 barraginhas para contenção das águas das chuvas, além de 17 fossas biodigestoras. Também foram construídos 9.134 metros lineares de cercas e aceiros para proteção de nascentes e áreas de preservação, além de 4,8 mil metros quadrados de adequações de estradas vicinais dentro das propriedades dos produtores participantes do projeto.
Segundo a Emater-MG, a expectativa é que essas intervenções tenham impacto positivo, no médio e longo prazo, desde que as ações conservacionistas sejam mantidas. “Os produtores devem preservar as nascentes, áreas de mata, além de fazer a contenção de águas pluviais e o saneamento adequado, por meio de fossas biodigestoras”, diz.
Ainda, segundo o extensionista, a população em geral também precisa colaborar mantendo os níveis de captação de água do rio para evitar o assoreamento a partir da construção de barraginhas e assim impedir que os sedimentos sejam descarregados no leito do rio.
De acordo com Silva, no geral, as propriedades são bem conservadas, com bom manejo nas áreas de desenvolvimento de atividades e vegetação em bom estado. “Porém existem áreas com necessidade de recuperação”, salienta.
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