19 de maio de 2024
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Mauro Cid está preso?

Áudios vazados, nesta quinta-feira (21), de Mauro Cid revelaram descrença do tenente-coronel na Operação Tempus Veritatis

Mauro Cid foi ajudante de ordens durante o governo de Jair Bolsonaro
Mauro Cid foi ajudante de ordens durante o governo de Jair Bolsonaro (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República na gestão Bolsonaro, foi convocado após áudios vazados revelarem que ele chamou de “narrativa pronta” o inquérito da Operação Tempus Veritatis. Segundo ele, nas gravações, o ministro Alexandre de Moraes já teria a sentença dos investigados.

Numa das gravações, o militar aponta que os investigadores “não queriam saber a verdade” sobre a tentativa de golpe de Estado, e sim confirmar uma “narrativa pronta”. Estes conteúdos foram revelados pela revista Veja.

Por isso, o militar compareceu à audiência com o desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, às 13h. Nela também estavam presentes o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, e um integrante da Procuradoria-Geral da República.

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Mauro Cid está preso?

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, foi preso após prestar depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira (22).

De acordo com a CNN Brasil, o tenente-coronel teria descumprido medidas cautelares e cometido obstrução à Justiça. Ele foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) pela PF.

Delação premiada de Mauro Cid

Os áudios podem respingar diretamente na delação premiada de Mauro Cid, por isso o gabinete de Moraes resolveu intimar o ex-ajudante de ordens da Presidência. As revelações do tenente-coronel abasteceram uma série de inquéritos que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, em especial a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado tramada pela cúpula do governo Bolsonaro.

O depoimento de Cid, no STF, se dá dez dias depois de o delator comparecer à Polícia Federal para ser ouvido, pela sexta vez, no bojo do acordo de delação premiada fechado com a corporação e homologado pela Corte máxima. A oitiva durou mais de nove horas e foi realizada em um mesmo dia à pedido da defesa de Cid. Na ocasião, Cid confirmou detalhes de uma série de encontros com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e da cúpula de seu governo para debaterem um plano de golpe de Estado, mas afirmou não ter participado da discussão entre Bolsonaro e o alto escalão das Forças Armadas sobre o mesmo tema.

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Além disso, a oitiva ocorre logo após o indiciamento do ex-presidente por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação na investigação sobre a fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro e de sua filha Laura. Cid também foi incriminado pela PF, não só pelos delitos ligados aos documentos falsos do ex-chefe do Executivo, mas também pelas investidas para conseguir comprovantes de imunização contra a covid-19 para sua mulher Gabriela e suas filhas.

O que Mauro Cid falou nos áudios vazados?

Confira a transcrição dos áudios vazados do tenente-coronel Mauro Cid:

Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu.

Não vai adiantar. Não adianta. Você pode falar o que você quiser. Eu vi isso ontem. Eles não aceitavam e discutiam, que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo.

Eles já estão com a narrativa pronta, eles não queriam que eu dissesse a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E toda vez eles falavam: ‘Olha, a sua colaboração está muito boa’. Tipo assim, ele até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por 9 negócios de vacina, 9 tentativas de falsificação de vacina, vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá. Só essa brincadeira são 30 anos pra você’.

Eu vou dizer pelo que eu senti: eles já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar. E eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem.

Eles são a lei agora. A lei já acabou há muito tempo, a lei é eles. Eles são a lei. O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação.

Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou em vacina, eu estou em joia”.

Mauro Cid.

*Com informações de Agência Estado

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Anthony Souza

editor
É jornalista e analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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