Em São Lourenço, no Sul de Minas, uma mulher de 30 anos foi presa pela morte de um idoso de 72. De acordo com a defesa de Sthéfanie Marques Ferreira Candido, ela teria sido vítima de tentativa de estupro e matou o idoso em legítima defesa. A ocorrência foi registrada em 22 de outubro deste ano.
Ainda, segundo a advogada Amanda Scalisse, o idoso teria tentado beijar Sthéfanie após passar a mão pelo corpo dela. “Ela conseguiu reagir e eles tiveram uma briga corporal. Em um certo momento, ela conseguiu ficar por cima dele e começou a apertar o pescoço dele, até que ele desfaleceu“, disse a defensora. Sthéfanie estava no segundo dia de trabalho como cuidadora na residência do idoso.
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Porém, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, o inquérito foi concluído e Sthéfanie foi indiciada por homicídio qualificado. Ela encontra-se detida no presídio feminino de Santa Rita do Sapucaí, também no Sul de Minas.
DEFESA
O caso está ganhando repercussão depois que a família e os amigos de Sthéfanie divulgaram a situação nas redes sociais. O perfil @juntospelafanny tem mais 5,2 mil seguidores desde então. Os apoiadores estão mobilizados para conseguir fundos para a defesa dela. Mais de R$ 9,1 mil já foram arrecadados em uma plataforma online.
Ainda, duas advogadas se voluntariaram para acompanhar o caso de Sthéfanie na sexta-feira (4). Um pedido de revogação de prisão já foi feito pelas defensoras. A alegação da defesa é que a informação de violência sexual foi ignorada no processo. Elas também ressaltam que Stefanie é ré primária e tem bons antecedentes.
Para Amanda Scalisse, há um componente machista no processo. “Infelizmente, esse cenário de relativização da palavra da mulher, seja ela vítima ou acusada, é comum no Judiciário. Nosso papel é lutar para que a Sthéfanie seja ouvida e para que a Justiça seja feita, pois ela agiu em legítima defesa”, pontuou.
Já a irmã de Sthéfanie, Brenda Marques Ferreira, ressaltou a injustiça. “Isso é muito injusto com ela, porque ela é uma pessoa muito companheira, muito amiga, aquela que está sempre junto”, disse. A família agora aguarda o desenrolar processual.
Segundo o perfil de apoio, Sthéfanie é natural de Resende, no estado do Rio de Janeiro, mas se mudou recentemente para São Lourenço (MG) para trabalhar no ramo de barbearia. Confira na íntegra o que diz o perfil:
“De Resende, interior do Rio de Janeiro, barbeira apaixonada pela profissão, foi para São Lourenço, interior de Minas Gerais a trabalho. Sthéfanie não tem antecedentes criminais, sempre foi uma mulher pacífica e muito querida por todas as pessoas. Acabou levando um homem à óbito no momento em que se defendia de uma tentativa de estupro. Ela foi levada para o presídio de Santa Rita do Sapucaí, também em Minas, onde responde por homicídio qualificado, em um processo que não considerou nada do que ela passou. Sabemos como nossa sociedade trata pessoas negras, pobres, LGBTI e mulheres…Sthéfanie sempre teve orgulho de dizer que é uma mulher preta, gorda e sapatão. Esses marcadores sociais infelizmente fazem diferença na forma como algumas questões são tratadas e alguns direitos são garantidos, ou não. No caso de Sthéfanie ela foi privada de sua liberdade e está sendo privada de seus direitos. A campanha @juntospelafanny visa dar visibilidade, arrecadar verba para custear o transporte das advogadas pro bono que abraçaram o caso e mobilizar as mídias para fortalecer a pressão popular que será fundamental uma vez que o caso vai a tribunal de júri. Siga o perfil, compartilhe, espalhe a notícia! Grite com a gente: “cadê a mídia?”. Desde já agradecemos”
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