Ainda nesta sexta-feira (6), deve ser instaurado pela Polícia Federal um inquérito contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Ontem (5), a ONG Me Too confirmou que recebeu denúncias de pelo menos quatro pessoas, que citam o ministro. Por sua vez, Almeida alega que “há um grupo” que imputa nele “condutas que eles praticam”.
“Instauramos a Notícia Crime em Verificação ontem. A Corregedoria dará o encaminhamento para instaurar inquérito hoje”, afirmou o diretor-geral Andrei Passos Rodrigues informou à CNN.
Até o momento, não foi definida qual unidade da PF ficará responsável pelo caso do ministro. Mas, com a abertura do inquérito, todos os envolvidos, como Silvio Almeida e as denunciantes, serão chamados para prestar depoimentos.
O que a ONG Me Too faz?
A ONG Me Too é uma organização voltada para a defesa de mulheres vítimas de violência sexual. O movimento ganhou força em 2017, quando a atriz Alyssa Milano publicou nas redes sociais um pedido para que todas pessoas que já foram vítimas desse tipo de abuso usassem a hashtag #MeToo, que significa “eu também” em inglês.
Entenda o caso
Nesta quinta-feira (5), o Me Too Brasil confirmou que recebeu denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida. Entre as vítimas do ministro, estaria Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, que até o momento não se pronunciou sobre o assunto. Na manhã desta sexta, ela desembarcou em Brasília a fim de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conversar sobre o assunto.
Segundo comunicado da organização, as vítimas teriam sido atendidas através de canais de atendimento, onde receberam acolhimento psicológico e jurídico.
“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, declarou o documento.
Segundo a CNN, além dos quatro casos de assédio levados aos conhecimento do Me Too, outras dez denúncias de assédio moral foram registradas contra o ministro no Ministério de Direitos Humanos.
Outro lado
Após as denúncias virem a público, Silvio Almeida publicou o seguinte comunicado:
“Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro”, se defendeu o ministro.
LEIA MAIS
O que o ministro Silvio Almeida fez?